PRORROGAMOS! Assine a partir de 1,50/semana
Continua após publicidade

“A Era dos Humanos”: documentário une ciência e cinema para comover espectadores à causa ambiental

A Super conversou com Iara Cardoso, diretora do novo documentário. Segundo ela, o objetivo do projeto era chamar atenção para as mudanças climáticas de um jeito emotivo e, ao mesmo tempo, científico.

Por Leo Caparroz
Atualizado em 6 set 2023, 20h24 - Publicado em 6 set 2023, 18h50

No fundo de um lago no Canadá, se esconde a chave para uma nova era geológica. Na lama do lago Crawford, foram encontrados resquícios de plutônio usados nos testes de bombas atômicas do século 20. Isso é um sinal evidente de que nossas ações já estão alterando o planeta.

Uma época geológica é marcada por uma mudança em escala planetária – a que iniciou o Holoceno, nossa época atual, foi a última Era do Gelo, mais de 11 mil anos atrás. Porém, um grupo de pesquisadores defende que já está na hora de deixar o Holoceno para trás e entrar em uma nova era: o Antropoceno. Nossas ações destrutivas mudam o meio ambiente e o planeta em uma escala jamais vista, e a pesquisa no lago do Canadá é uma tentativa de oficializar a proposta.

“É muito importante a gente entender que isso é uma realidade. As mudanças climáticas estão aí, essa nova era está acontecendo e é resultado de algo muito negativo. Essa nova era está sendo marcada pela nossa destruição”, afirma Iara Cardoso, diretora e roteirista do documentário “A Era dos Humanos”, em entrevista à Super.

No novo documentário, apresentado pelo ator Marcos Palmeira, Cardoso buscou trazer uma junção de documentário com cinema, conciliando a credibilidade científica com o apelo cinematográfico justamente para sensibilizar as pessoas para as mudanças climáticas.

Segundo ela, foi criado muito conteúdo sobre o assunto nos últimos anos, mas as pessoas não se sentem comovidas ou não se simpatizam com a causa.

Continua após a publicidade

“A gente precisa de alguma forma encontrar novas formas de falar sobre isso. O documentário pretende trazer esse lado emocional para a natureza humana e a ciência”, afirma.

Um dos trechos do documentário mostra, inclusive, um estudo similar ao conduzido no Canadá. Rubens Figueira, químico e professor da Universidade de São Paulo, tirou um pedaço de lama, chamado de testemunho, do rio Caravelas, na Bahia. Analisando a amostra, ele percebeu resquícios de césio-137 em meio aos sedimentos.

Continua após a publicidade

O césio-137 é um isótopo radioativo do elemento químico césio. Segundo o estudo publicado por ele e colegas, a ocorrência natural desse elemento no Atlântico Sul é consequência dos testes nucleares.

“A ciência e a natureza são as protagonistas, mas a gente traz um pouquinho de narrativa, a gente acompanha um personagem. Não só o Marcos Palmeira, mas todos os cientistas que estão conosco nesse projeto são personagens”, afirma Cardoso. “Com a dificuldade de fazer ciência no Brasil, os cientistas brasileiros são grandes apaixonados. Eles acreditam muito no que eles fazem. Quando a gente coloca ele no campo, acompanhando o que ele está sentindo, a gente sente junto com ele.”

Foto de vista superior de um bote a beira do rio.
No estuário de Caravelas, a equipe de pesquisadores retira o pedaço da lama que será analisada. (A Era dos Humanos - Grupo Storm/Divulgação)
Continua após a publicidade

O documentário acompanha e entrevista pesquisadores de várias áreas: fungos, corais, produção de energia, bioengenharia, botânica e por aí vai. Além do foco científico, o documentário mostra a biodiversidade natural do Brasil, com destaque para a Amazônia, mas também visitando o pantanal, cânions catarinenses, o arquipélago de Abrolhos, entre outros.

Para Cardoso, essas imagens são vitais para o impacto emocional do filme. Segundo ela, seu objetivo era mostrar a beleza natural do Brasil e tocar os corações com as “maravilhas da natureza”.

Até agora, nosso legado como humanidade foi de destruição: o planeta ficando mais quente, animais perdendo suas cores, plásticos poluindo rios e florestas queimando. Para ela, o marco do Antropoceno é um alerta e um pedido de mudança. Temos a chance de repensar como queremos conduzir o restante dessa nova era e escolher entre o caminho da degradação ou da preservação. É um momento importante de reflexão, que precisa ser guiado pela ciência.

Continua após a publicidade

“A gente traz a ciência talvez no momento em que ela precise ser mais valorizada. Temos grandes cientistas no Brasil, heróis brasileiros que muitas vezes não são encarados dessa forma e que passam por muitas dificuldades para fazer ciência no Brasil. Então a gente quer trazer esses heróis para a tela e emocionar alguns corações”, afirma.

A Era dos Humanos”, um documentário dividido em quatro episódios, chega em outubro ao Globoplay.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.