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Nossa memória funciona melhor à noite

Estudo com ratos mostra que o cérebro se lembra melhor das coisas depois de acordado a um bom tempo.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 2 jan 2020, 18h41 - Publicado em 2 jan 2020, 18h22

Foi colocar uma música no Spotify de manhã e não lembrou o nome? Tranquilo: é que a memória talvez não funcione a 100% pela manhã – e só atinja seu ponto máximo à noite.

É o que indica um Estudo da Universidade de Tóquio, feito com ratos. Primeiro, treinaram os roedores, para que que eles explorassem um objeto até então desconhecido por alguns minutos. A ideia era que os ratinhos guardassem o objeto na memória.

Mais tarde, observaram a reação dos ratos ao rever o objeto em diferentes partes do dia. Se um rato se mostrasse menos curioso com o objeto novo, significaria que ele se lembrava melhor da coisa.

Fizeram o experimento com dois “tipos” de roedores: um grupo de camundongos saudáveis e outro modificado geneticamente para não produzir uma certa proteína, a BMAL1, que regula o comportamento de uma série de genes.

A BMAL1 é uma proteína inconstante. O corpo vai aumentando a produção dela ao longo do dia. E o pico vem quando você já está pronto para dormir.

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Bom, descobriram que os ratos que não produzem a BMAL1 até se lembravam do objeto, mas menos que os outros ratos (ou seja: exploravam mais o tal objeto).

Também detectaram que os ratos saudáveis expostos ao objeto nas primeiras horas após acordar se lembravam menos do que aqueles que fizeram o teste de reconhecimento logo antes de dormir – nota: ratos são animais noturnos, então não faz sentido usar os temos “noite” ou “dia” ao falar dos roedores, só “depois de acordar” e “antes de dormir” mesmo.

Conclusão: a habilidade de recordar varia de acordo com o ciclo da proteína BMAL1. Isso equivale a dizer que a memória acompanha o relógio biológico. Para saber se isso realmente funciona com humanos seria preciso fazer testes equivalentes com pessoas, mas, como sempre, o fato de a coisa funcionar com ratos é um grande indício de que é assim com a gente também, já que também produzimos a proteína BMAL1 em doses crescentes ao longo da vigília.

É isso. Aquela música que você não lembrava de manhã tem mais boas chances de surgir na sua cabeça à noite. Não se esqueça 😉

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