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A placa tectônica indiana que gerou o Himalaia está se dividindo em duas

Chamado de delaminação, esse processo de divisão horizontal entre as placas pode ser responsável por gerar as montanhas mais altas do mundo.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 18 jan 2024, 19h21 - Publicado em 18 jan 2024, 19h19

Em uma conferência anual da União Geofísica Americana, um grupo de pesquisadores apresentou um estudo (ainda não revisado por outros especialistas), que mostra que a placa indiana sob o planalto do Tibet está se partindo em duas.

Para explicar isso, vamos voltar um pouquinho no tempo. Há cerca de 225 milhões de anos, um supercontinente chamado Pangeia, que concentrava quase toda a área de terra firme do planeta, começou a se fragmentar.

A deriva continental nome dado à movimentação dos continentes ao longo de milhões de anos , continuou até o mapa-múndi alcançar a configuração atual (e vale lembrar que continua ocorrendo. O problema é que o processo é lento demais para ser perceptível na escala de tempo humana).

Por volta de 50 milhões de anos, a placa onde hoje se localiza a Índia se chocou com a placa Euroasiática. Nesse momento, a Índia que antes era uma ilha gigantesca como a Austrália passou a ser parte da Ásia.

Foi graças a esse choque que se deu a formação da cordilheira do Himalaia. Com 8.849 metros de altura no seu ponto mais alto (o monte Everest), os Himalaias formam a mais alta cadeia montanhosa do mundo. 

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Com 2.500 km de extensão, a cordilheira se estende pela China, Nepal, Paquistão, Índia e Butão. Todos os anos, suas montanhas crescem um pouquinho mais. Dependendo da região, a taxa de crescimento é algo entre 4 mm a 1 cm por anoE esse lento choque é que está fazendo com que a placa indiana se despedace.

Normalmente, quando duas placas tectônicas se chocam, a placa menos densa mergulha sob a placa mais densa, em um processo chamado de subducção. A placa que desliza por baixo entra no manto de magma da Terra e derrete, num processo de reciclagem da crosta.

Mas existe outra possibilidade: que a placa que fica por baixo não adentre completamente o manto, num processo chamado pelos pesquisadores de subposição (quando uma placa fica em cima da outra).

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A conclusão da pesquisa liderada pelo geofísico Lin Liu da Universidade Oceana é que esses dois processos podem estar ocorrendo simultaneamente: a metade de baixo da placa indiana está derrentendo no magma do manto terrestre, enquanto a metade de cima, menos densa, continua se acomodando embaixo da Ásia e erguendo o Himalaia.

Eis a receita para fazer uma bela cordilheira. Quando quiser a sua, já sabe. É só empurrar uma placa tectônica. Com jeitinho.

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