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Adolescentes sul-africanas criam o 1º satélite privado da África

14 garotas do colegial tiveram ajuda de engenheiros da Cidade do Cabo para construir um dispositivo que vai ajudar no combate ao aquecimento global

Por Helô D'Angelo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
28 nov 2016, 17h43

No ano que vem, a África do Sul deve lançar para o espaço o primeiro satélite privado da história do continente africano. O objetivo é importante: monitorar mudanças climáticas relacionadas ao aquecimento global no mundo inteiro. Mas um detalhe da produção do dispositivo não pode ser ignorado: ele foi construído por 14 adolescentes africanas, como parte de um projeto escolar de ciências.

O satélite deve orbitar pelos polos terrestres para escanear a superfície do continente africano, e enviar informações para a Meta Economic Development Organisation (MEDO), organização que tem como objetivo melhorar a desigualdade social movimentando a economia nos países em desenvolvimento – e que está patrocinando o projeto. Basicamente, o satélite enviará imagens termográficas (aquelas que mostram as diferentes temperaturas) duas vezes por dia à MEDO. A ideia é reunir o máximo de dados possível sobre as alterações climáticas no menor intervalo de tempo.

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Com esse dispositivo simples, será possível prever problemas que a África enfrentará no futuro – e discutir soluções mais específicas. Por exemplo: checando onde a temperatura é maior, dá para ver que lugares precisam de mais vegetação. Também é possível controlar incêndios, observar o desenvolvimento de plantações e principalmente controlar secas e enchentes.

As idealizadores do projeto estão no Ensino Médio, estudam em várias escolas diferentes na África do Sul – como a Philippi High School e a Pelican Park High School –, e receberam ajuda de engenheiros de satélites da Universidade de Tecnologia da Cidade do Cabo. O primeiro passo das 14 colegas foi um treino: elas tiveram de programar e lançar pequenos satélites usando balões metereológicos de altas altitudes. Depois, elas aprenderam a trabalhar com o sistema termográfico de captação de imagens e, por fim, construíram o satélite.

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Se tudo correr como planejado, o satélite será lançado em maio de 2017, e será o primeiro a ser posto em órbita por uma companhia privada africana. “É um novo campo para nós aqui na África, mas eu acho que explorá-lo trará mudanças positivas para a nossa economia”, disse a jovem Mngqengqiswa, da Philippi High School, à CNN.

No futuro, a MEDO pretende envolver ainda mais garotas de outros países do continente, principalmente focando na Namíbia, no Malaui, no Quênia e em Ruanda – o objetivo é dar outras possibilidades de vida e de trabalho para essas jovens mulheres. “Eu quero mostrar às meninas africanas que nós não precisamos nos limitar. Qualquer carreira é possível”, conclui Brittany Bull, estudante da Pelican Park High School, em entrevista à CNN.

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