No ano que vem, a África do Sul deve lançar para o espaço o primeiro satélite privado da história do continente africano. O objetivo é importante: monitorar mudanças climáticas relacionadas ao aquecimento global no mundo inteiro. Mas um detalhe da produção do dispositivo não pode ser ignorado: ele foi construído por 14 adolescentes africanas, como parte de um projeto escolar de ciências.
O satélite deve orbitar pelos polos terrestres para escanear a superfície do continente africano, e enviar informações para a Meta Economic Development Organisation (MEDO), organização que tem como objetivo melhorar a desigualdade social movimentando a economia nos países em desenvolvimento – e que está patrocinando o projeto. Basicamente, o satélite enviará imagens termográficas (aquelas que mostram as diferentes temperaturas) duas vezes por dia à MEDO. A ideia é reunir o máximo de dados possível sobre as alterações climáticas no menor intervalo de tempo.
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Com esse dispositivo simples, será possível prever problemas que a África enfrentará no futuro – e discutir soluções mais específicas. Por exemplo: checando onde a temperatura é maior, dá para ver que lugares precisam de mais vegetação. Também é possível controlar incêndios, observar o desenvolvimento de plantações e principalmente controlar secas e enchentes.
As idealizadores do projeto estão no Ensino Médio, estudam em várias escolas diferentes na África do Sul – como a Philippi High School e a Pelican Park High School –, e receberam ajuda de engenheiros de satélites da Universidade de Tecnologia da Cidade do Cabo. O primeiro passo das 14 colegas foi um treino: elas tiveram de programar e lançar pequenos satélites usando balões metereológicos de altas altitudes. Depois, elas aprenderam a trabalhar com o sistema termográfico de captação de imagens e, por fim, construíram o satélite.
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Se tudo correr como planejado, o satélite será lançado em maio de 2017, e será o primeiro a ser posto em órbita por uma companhia privada africana. “É um novo campo para nós aqui na África, mas eu acho que explorá-lo trará mudanças positivas para a nossa economia”, disse a jovem Mngqengqiswa, da Philippi High School, à CNN.
No futuro, a MEDO pretende envolver ainda mais garotas de outros países do continente, principalmente focando na Namíbia, no Malaui, no Quênia e em Ruanda – o objetivo é dar outras possibilidades de vida e de trabalho para essas jovens mulheres. “Eu quero mostrar às meninas africanas que nós não precisamos nos limitar. Qualquer carreira é possível”, conclui Brittany Bull, estudante da Pelican Park High School, em entrevista à CNN.