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Animação suspensa: num futuro perto de você

Esquilos conseguem. Até lagartos e caramujos conseguem. Por que nós não? A ciência especula sobre o uso da hibernação em viagens espaciais

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h49 - Publicado em 11 mar 2011, 22h00

Texto: Reinaldo José Lopes

Como quem não quer nada, a narrativa de Avatar presenteia o espectador logo de cara com uma cena supostamente rotineira num futuro de viagens interplanetárias de longa distância. Vemos gente saindo de um estado de animação suspensa após uma jornada de anos no espaço. É a última palavra em “boa noite, Cinderela” da galáxia. É algo que tornaria o transporte rumo a sistemas planetários longínquos incrivelmente mais prático (e certamente bem menos chato): em vez das chamadas naves geracionais, em que o avô parte da Terra para, com sorte, o neto chegar ao destino final, basta todo mundo encostar a cabeça no travesseiro. Mas dá mesmo para fazer isso com pessoas no mundo real?

Ao natural

“Há controvérsias” é a resposta mais sincera que se pode dar no momento. Por um lado, sabemos que estados muito semelhantes ao que a ficção chama de animação suspensa são adotados todo ano como estratégia de sobrevivência. O que conhecemos como hibernação, por exemplo: com seu metabolismo reduzido a quase nada e a temperatura corporal em torno dos 3 ou 4 graus Celsius, esquilos do Alasca passam o rigoroso inverno desse estado americano praticamente “desligados”, hibernando. Aqui mesmo no Brasil, o lagarto conhecido como teiú (Tupinambis merianae) também apaga a luz e vira um zumbi metabólico. E o verme Panagrolaimus superbus é um dos invertebrados que praticam a anidrobiose, um estado no qual o bicho se transforma num mineral, numa espécie de cristal, sem atividade vital nenhuma, durante anos a fio. Para reviver a criatura, basta adicionar água.

E se os mesmos mecanismos biológicos fossem aplicados a seres humanos? Muita gente já tentou descobrir o que aconteceria. “Um dos maiores financiadores desse tipo de pesquisa nos EUA costumava ser o Exército”, conta Marcelo Hermes-Lima, biólogo da Universidade de Brasília (UnB).

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“O sonho era conseguir fazer astronautas hibernar. Sinceramente, duvido muito que isso aconteça algum dia. Seria preciso modificar radicalmente a biologia do ser humano para conseguir algo que seja parecido com isso.”

Apesar dessa visão mais pessimista, é bom lembrar que estamos apenas engatinhando na capacidade de entender e manipular o metabolismo humano. Nas funções mais básicas das células, a diferença entre uma pessoa e um esquilo do Alasca é tão pequena que, com técnicas mais precisas de manipulação genética, talvez seja viável fazer com que pessoas hibernem e permaneçam saudáveis quando acordarem da hibernação. Resta saber se algum corajoso viajante espacial vai topar se transformar num ser humano transgênico só para conseguir chegar às Pandoras do mundo real.

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