Clique e Assine SUPER por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Apollo 16 – a do primeiro telescópio na Lua

A missão também mostrou que nem tudo o que parece de fato é. Entenda.

Por Alexandre Versignassi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 8 ago 2019, 16h13 - Publicado em 19 jul 2019, 19h13

Até a Apollo 16, todos os locais de pouso haviam sido dentro dos “mares” (maria, plural de mare em latim, terminologia criada por antigos astrônomos para se referir às regiões mais escuras e planas da Lua, visíveis mesmo a olho nu) ou próximos a eles. Daí a opção, no penúltimo voo, de fazer uma visita à formação Descartes, que não só ficava nos altiplanos (as regiões mais claras da superfície), como estava bastante afastada de qualquer dos mares. Os cientistas na época acreditavam que a cratera Descartes e seus arredores haviam sido formados por vulcanismo lunar antigo, e um dos objetivos da missão era colher amostras para corroborar ou refutar essa hipótese.

Para tripular a penúltima missão de exploração lunar do Programa Apollo, a Nasa escolheu o veterano John W. Young (então indo para seu quarto voo), T. Kenneth Mattingly II (que havia escapado da Apollo 13 por uma suspeita de rubéola) e Charles M. Duke Jr.

O lançamento aconteceu no dia 16 de abril de 1972. Foi a segunda missão de tipo J, com mais tempo em solo lunar e instrumentos avançados no módulo de serviço. Originalmente, era para ter sido em março, mas uma série de problemas técnicos obrigaram a Nasa a adiá-la.

Era a primeira vez que isso acontecia numa missão Apollo a caminho da Lua, mostrando que, vencida a corrida espacial, os gerentes da Nasa estavam ficando cada vez mais cautelosos – um acidente é sempre ruim, mas o gosto seria mais amargo ainda se uma tragédia marcasse o fim do programa, transformando todo o esforço numa vitória de Pirro.

John Young, saindo de traseira (NASA/Divulgação)

A chegada à órbita da Lua se deu no dia 19, e no dia 21, após um atraso de seis horas para lidar com problemas técnicos, o módulo lunar pousou. Com isso, Charles Duke se tornou o mais jovem caminhante lunar, então com 36 anos.

O jipe lunar, LRV, mais uma vez deu mobilidade extra aos intrépidos exploradores, que puderam percorrer com ele 26,7 km ao longo de três dias, com direito a um “grand prix” de John Young fazendo um  circuito com o veículo diante das câmeras.

No primeiro dia, os dois desceram e testaram o rover, instalaram instrumentos científicos e coletaram amostras. Um dos experimentos, de medição de fluxo de calor no interior da Lua, pifou depois que Young tropeçou nos cabos. Em compensação, os astronautas tiveram o privilégio de operar o primeiro telescópio na Lua. Era um espectrógrafo/câmera de ultravioleta – luz que é fortemente filtrada pela atmosfera da Terra, mas pode ser observada da Lua. O dispositivo foi instalado à sombra do Orion, e os astronautas tinham de apontá-lo manualmente para fazer as imagens, registradas em um cartucho de filme que foi recolhido e trazido de volta à Terra.

A imagem da Terra em ultravioleta. (NASA/Divulgação)

As duas outras caminhadas lunares foram dedicadas à visita de alvos geológicos e à coleta de amostras. E pelas imagens os cientistas já podiam sugerir o que a análise das rochas confirmaria mais tarde – a origem de Descartes não é vulcânica como se pensava.

Continua após a publicidade

Foram ao todo 71 horas na superfície lunar, das quais 20 horas e 14 minutos em caminhadas fora da nave. Na volta à órbita, os astronautas ainda passaram mais um dia girando ao redor da Lua, para concluir as observações feitas com o módulo de serviço, antes de tomar o caminho de volta para a Terra.

Charles Duke recolhe amostras de rocha (NASA/Divulgação)

Curiosamente, após as observações, Ken Mattingly teve de fazer uma caminhada espacial para fora da nave para recolher os filmes dos instrumentos e trazê-los de volta para revelação. O mesmo procedimento havia sido feito na Apollo 15 e voltaria a se repetir na Apollo 17.

Os astronautas pousaram no Pacífico no dia 27 de abril de 1972 e não precisaram passar por quarentena após o retorno. O procedimento havia sido abandonado após a Apollo 14, ponto em que todos já estavam convencidos de que a Lua era totalmente estéril.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Oferta dia dos Pais

Receba a Revista impressa em casa todo mês pelo mesmo valor da assinatura digital. E ainda tenha acesso digital completo aos sites e apps de todas as marcas Abril.

OFERTA
DIA DOS PAIS

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.