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Ave antiga de 3 metros e 600 quilos foi maior ganso que já existiu

Fóssil de ave endêmica australiana ajudou a resolver confusão de classificação dos dromornídeos, aves pré-históricas gigantes

Por Eduardo Lima
8 jun 2024, 14h00

Os dromornis eram super-aves que dominavam a Austrália entre cerca de 20 milhões a 3 milhões de anos atrás. Por muito tempo, se pensou que eles eram os ancestrais do emu, ave endêmica australiana que detém o título de segunda maior do mundo. Agora, parece que os gigantes pré-históricos não eram tataravós dos emus, mas sim os maiores gansos que já existiram.

A descoberta de um fóssil muito mais recente, de 45 mil anos atrás, levou a uma reclassificação dos Dromornitídeos, a família extinta de aves australianas gigantes. O crânio de um Genyornis newtoni, ave não-voadora que foi extinta com a chegada do ser humano à Austrália.

O fóssil, encontrado no Lago Callabonna, no deserto do sul australiano, é o primeiro vestígio da espécie extinta a ser encontrado desde 1913. Em melhor estado de preservação do que os fósseis encontrados antes, agora foi possível realizar estudos anatômicos mais detalhados e completos.

Primos sul-americanos

No estudo publicado no periódico científico Historical Biology, os cientistas afirmaram que o Genyornis provavelmente pesava 230 quilos e tinha mais de 2,5 metros de altura. O estudo anatômico proporcionou comparar a ave com seu antepassado evolutivo, o Dromornis stirtoni, ave vegetariana que podia ter mais de 3 metros de altura e chegar a pesar 600 quilos, o peso de uma vaca.

Essa análise comparativa ajuda a ter certeza de que os dromornis não só podem ser as maiores aves que já viveram, como são tranquilamente os maiores gansos que já caminharam pela Terra.

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O estudo, liderado por Phoebe McInerney, da Universidade Flinders em Adelaide, propõe um jeito de resolver a confusão sobre a classificação dos dromornis. Desde sempre associados aos emus e avestruzes, o novo estudo sugere que eles seriam aves anseriformes aquáticas, ou seja, da mesma família dos gansos.

Os pesquisadores se convenceram da diferença após analisar o bico e o crânio do Genyornis newtoni, que é quase idêntica à estrutura dos anhimídeos da América do Sul. Esse arranjo de músculos e ossos é muito complexo, e a possibilidade de ter evoluído em dois lugares independentemente é improvável, ligando os antepassados sul-americanos às aves australianas.

A reassignação familiar dos dromornis pega carona na análise do G. newtoni, seu sucessor evolutivo mais próximo a nós, com um fóssil em bom estado para análise.

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