Bill Gates indica 5 livros para você ler neste final de ano
Lista tem ciência, tecnologia, negócios, história - e um livro que, segundo Gates, "vai fazer você parecer superinteligente".
O fundador da Microsoft (e segundo homem mais rico do mundo) lê em média 50 livros por ano. Tem o hábito de comentar vários deles, escrevendo resenhas em seu site, o Gates Notes. Agora, está divulgando sua lista com os cinco melhores de 2016 – cuja leitura sugere para o período de Natal e ano-novo. Você não precisa ler todos, como Gates, mas pode escolher um ou dois. Vamos à lista – começando por um livro que, diz ele, “vai fazer você parecer superinteligente”.
String Theory, David Foster Wallace
David Foster Wallace é conhecido pela escrita longa e tortuosa, que Gates sempre achou intimidante. “Por muitos anos, eu passei longe de qualquer livro dele”, conta. Mas, em 2016, Gates finalmente leu um livro do autor americano: String Theory. Apesar do nome, que remete à teoria das cordas, não é um livro de ciência; é uma coleção de ensaios sobre tênis. “Você vai parecer superinteligente lendo em público”, brinca Gates, reconhecendo a confusão. Wallace mergulha fundo no jogo, dissecando-o com a mesma argúcia dirigida, em seus outros livros, às questões existenciais. Um DFW “light”, mas raríssimo – não tem versão eletrônica, e a edição em papel custa nada menos do que US$ 250.
A Marca da Vitória, Phil Knight
Autobiografia de Phil Knight, o criador da multibilionária Nike. Traz revelações surpreendentes sobre a empresa, que começou com Phil vendendo tênis no porta-malas de seu carro. Gates achou especialmente interessantes as partes que contam as dificuldades enfrentadas pela empresa durante sua ascensão. “O livro fala honestamente sobre o caminho para o sucesso. É uma jornada turbulenta, perigosa e caótica, cheia de erros, lutas intermináveis e sacrifícios.”
O médico Mukherjee explora as possibilidades mais incríveis -e controversas- das técnicas de edição genética, que um dia poderão curar a maioria das doenças, mas também criar uma distopia social: um mundo dividido entre pessoas geneticamente melhoradas e aquelas que não têm dinheiro para pagar pela correção do próprio DNA. “A tecnologia é amoral”, comenta Gates. “Cabe a nós pensar longamente sobre as novas tecnologias e como elas devem ou não ser usadas.”
The Myth of the Strong Leader, Archie Brown
“As qualidades mais atraentes dos líderes também podem acabar levando a más decisões”, diz Gates ao comentar o livro do cientista político Brown, que investiga os estilos de vários líderes mundiais – e as consequências dos atos de cada um. Gates destaca o capítulo que fala sobre Adolfo Suárez, o primeiro-ministro espanhol que chegou ao poder com o final da ditadura de Francisco Franco, em 1976. “O país tinha acabado de sair de quatro décadas de autoritarismo”, lembra o fundador da Microsoft, impressionado pelo poder de persuasão de Suárez. “Ele convenceu o antigo Parlamento a extinguir a si próprio.”
A antropóloga Bakke mostra como a rede de energia elétrica, grande avanço tecnológico do século 20, está terrivelmente desatualizada para o mundo de hoje – ela é, na verdade, o grande obstáculo à adoção de energias limpas, como solar e eólica. É que elas geram eletricidade de forma irregular ao longo do dia, mas a rede não tem como armazenar o que sobra num determinado momento (como ao meio-dia, quando o Sol está mais forte e o consumo de eletricidade é relativamente baixo) para usar nos momentos mais críticos – como à noite, quando a maioria da população chega em casa e liga seus aparelhos elétricos. É um pónto crucial para o futuro da humanidade – e um tema especialmente caro a Gates. “Meu primeiro emprego, ainda no colegial, foi escrevendo o software que controlava a rede elétrica do noroeste dos EUA”, conta.