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Buracos negros não são monstros

Sim, eles destroem e engolem tudo o que se aproxima. Mas só o que passa perto demais da sua potente rede gravitacional.

Por João Steiner
Atualizado em 13 dez 2016, 18h31 - Publicado em 30 jun 1999, 22h00

Com frequência ouve-se falar do perigo dos buracos negros. Eles são descritos como máquinas mortíferas, capazes de devorar tudo e todos. Na prática, não é bem assim: os astros escuros só engolem o que chega muito perto deles. Aí, realmente, algo que toca a sua superfície não consegue mais sair. Vamos fazer uma hipótese. Suponha que o Sol fosse um buraco negro. Com isso, toda a sua massa imensa ficaria concentrada numa esfera de altíssima densidade, de apenas 1 quilômetro de raio. Seria uma transformação radical, mas, apesar disso, a mudança não afetaria a vizinhança – nem mesmo o planeta Mercúrio, que, a 58 milhões de quilômetros, é o mais próximo do Sol. Ele só perceberia a diferença se estivesse a uma distância 100 vezes menor, a 600 000 quilômetros da estrela. Nesse caso, Mercúrio também correria riscos. Ele poderia ser partido ao meio pela gravidade concentrada do hipotético buraco negro.

Conhecem-se,atualmente, sete buracos negros na Via Láctea, a galáxia em que fica o Sistema Solar. Seis deles foram criados pela explosão de uma grande estrela ao morrer e têm massa que varia de cinco a dez vezes a do Sol. O mais próximo está a cerca de 10 000 anos-luz da Terra, ou seja, a 95 quatrilhões de quilômetros (1 ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros), distância mais do que suficiente para garantir – isso eu posso afirmar – que a Terra não será atraída por sua medonha força gravitacional.

O sétimo buraco negro é muito especial, pois está bem no centro da Galáxia e sua massa é 3 milhões de vezes maior que a do Sol. Ninguém sabe dizer como ele nasceu. Alguns pensam que teria surgido junto com o Universo, durante o Big Bang. Seja como for, apesar de ter uma massa tão grande, esse gigante escuro só é capaz de tragar matéria que esteja a cerca de 1 bilhão de quilômetros de sua superfície. Como ele se encontra a uma distância quase 10 000 vezes maior que isso, a cerca de 30 000 anos-luz daqui, você pode dormir tranqüilo.

Só estrelas que giram perto do centro galáctico podem, ocasionalmente, violar o limite de perigo, cair em direção ao buraco negro e acabar destroçadas por sua gravidade concentrada. Mas uma catástrofe desse tipo nunca foi detectada. Se ocorresse, seria facilmente vista pelos astrônomos. Os telescópios captariam de imediato a grande quantidade de raios X e infravermelhos liberados na destruição estelar. De fato, a radiação chegaria à Terra com energia suficiente até para eletrificar levemente a atmosfera. Mas nada capaz de tirar o nosso sossego, pois a perturbação não teria força para atravessar o ar e causar danos aqui na superfície.

 

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