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China acelera corrida tecnológica pela fusão nuclear

Reator experimental construído no país alcança 100 milhões de graus Celsius - seis vezes mais que o núcleo do Sol

Por A. J. Oliveira
2 Maio 2019, 18h39

A vida na Terra só é possível graças ao Sol. Isso por que a nossa querida estrela é, acima de tudo, uma grande fonte de energia: e nós demos sorte de viver em um planeta que está perto o bastante para receber uma generosa quantidade. Até conseguimos captar um pouquinho dela através dos painéis solares. Mas e se fôssemos capazes de beber direto da fonte, reproduzindo o próprio mecanismo gerador?

Dominar a fusão nuclear é um sonho buscado por cientistas do mundo inteiro há décadas. Nos últimos anos, quem tem demonstrado maior empenho em concretizá-lo é a China. Colecionando uma série de êxitos na área, o país asiático tem cumprido papel importante em uma ambiciosa colaboração internacional para provar a viabilidade da energia de fusão. Mas os chineses também têm planos de construir uma usina própria, de grande porte e comercial por volta de 2050.

O carro-chefe deles nesse campo é o EAST, sigla em inglês para Tokamak Supercondutor Avançado Experimental. Em 2017, o sofisticado aparelho manteve as condições necessárias para sustentar reações de fusão nuclear por mais de 100 segundos — foi a primeira instalação do gênero no mundo a conseguir isso. Depois, em novembro de 2018, a temperatura dentro do tokamak (tipo de reator que tem forma de rosquinha) chegou a 100 milhões de graus Celsius, recorde absoluto, seis vezes mais quente que o núcleo do Sol.

Basicamente, o processo que gera a energia estelar ocorre quando dois ou mais núcleos atômicos se juntam e formam um elemento mais pesado — as estrelas produzem hélio a partir do hidrogênio. É o oposto da fissão, base das bombas atômicas e usinas nucleares, que fragmenta os átomos. Quando os núcleos se fundem, liberam grandes quantidades de energia, sem gerar gases de efeito estufa nem lixo radioativo.
Não é à toa que muitos consideram a fusão como o futuro da eletricidade.

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Mas o processo só acontece quando o plasma é mantido em condições absurdas de temperatura e pressão, algo extremamente complicado de se fazer em laboratório. Para contornar os desafios que impedem a geração comercial de energia a partir da fusão, vários países se uniram para construir o ITER, Reator Termonuclear Experimental Internacional, máquina de US$ 22,5 bilhões em construção no sul da França, em Provence. O projeto envolve a União Europeia, Índia, Japão, China, Rússia, Coreia do Sul e Estados Unidos.

“Esperamos expandir a cooperação internacional através deste dispositivo (EAST) e fazer contribuições chinesas para o uso futuro da fusão nuclear pela humanidade”, disse à imprensa Song Yuntao, funcionário de alto escalão do projeto. O ITER vai se beneficiar incorporando partes do EAST e também com os resultados gerados. “Fusão não é algo que um único país possa alcançar sozinho”, afirma Yuntao.

Mas, com o desenvolvimento rápido dos últimos 20 anos, a China já anunciou um investimento de 6 bilhões de yuans (US$ 890 milhões) para a construção de sua grande usina de fusão. Com 1,4 bilhões de habitantes, necessidades energéticas crescentes e uma grande dependência das poluentes termelétricas, o comprometimento dos chineses com a fusão é estratégico não só para o futuro deles — mas para o do planeta como um todo.

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