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China envia primeiros astronautas para a construção de sua nova estação espacial

Eles ficarão em órbita durante três meses para instalar e testar equipamentos. Base de pesquisa deve ficar pronta em 2022.

Por Carolina Fioratti
Atualizado em 17 jun 2021, 17h30 - Publicado em 17 jun 2021, 17h06

Sete horas de viagem. Poderíamos estar falando da descida ao litoral em véspera de Ano Novo, mas foi o quanto durou a viagem dos três astronautas a bordo da espaçonave Shenzhou-2, que chegou nesta quinta-feira (17) à Tiangong, a nova Estação Espacial Chinesa. É a primeira missão tripulada feita pelo país desde 2016.

Os astronautas partiram do Centro de Lançamento de Satélite de Jiuquan, no deserto de Gobi (noroeste da China). Eles foram lançados à bordo do módulo Shenzhou-2 pelo foguete Longa Marcha 2F, um propulsor chinês projetado para voos tripulados.

Ao chegar na Estação Espacial Chinesa (CSS, na sigla em inglês), a cápsula em que estavam foi acoplada ao Tianhe – o primeiro módulo da estação enviado para a órbita da Terra dois meses atrás, em abril.

O módulo Tianhe é o principal da Tiangong, já que abriga os centros de controle da estação e também um alojamento com capacidade para três astronautas. Além da Shenzhou-2, outra cápsula que levava suprimentos para os novos hóspedes também se atracou ao local. 

Obras à frente

A CSS começou a ser construída em 2021, e a previsão é para que as “obras” acabem em 2022. O papel dos astronautas está intimamente ligado a isto: eles devem cuidar da instalação de equipamentos e testar as tecnologias estabelecidas ali.

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Além disso, há duas caminhadas espaciais agendadas. Nelas, eles deverão sair da nave para resolver pendências na área externa da estação – 390 quilômetros acima da Terra. Se tudo correr como planejado, essa missão se consagrará como o período de permanência mais longo que astronautas chineses já ficaram no espaço.

Após os três meses de estadia, os astronautas retornarão à Terra e outro grupo partirá rumo ao espaço para continuar o serviço. A construção total da estação espacial demandará cerca de 11 lançamentos, dos quais quatro serão tripulados. 

Ao infinito (e além)

A CSS é a terceira estação espacial já lançada pela China. As duas anteriores permaneceram em órbita por poucos anos e logo foram desativadas, mas o país asiático tem planos de manter a Tiangong em órbita por pelo menos uma década.

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A meta é que os astronautas chineses possam realizar os mesmos tipos de experimentos científicos que são feitos na Estação Espacial Internacional (ISS), pesquisando, por exemplo, como o ambiente espacial afeta os organismos vivos. A futura estação chinesa terá um quarto do tamanho da ISS.

O lançamento vem em uma época em que a China está ganhando destaque na exploração espacial. Atualmente, os chineses contam com o rover Zhurong explorando a superfície de Marte –  é o segundo país a alcançar tal feito, atrás apenas dos Estados Unidos.

Vale lembrar também que, no final de 2020, a China executou uma missão que coletou rochas lunares e as trouxe à Terra, o que só havia sido feito por EUA e União Soviética até então.

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Os astronautas que estão atualmente na CSS são Nie Haisheng (o comandante da missão), Liu Boming e Tang Hongbo. Esta é a terceira vez de Haisheng no espaço, a segunda de Boming e primeira de Hongbo. Você pode ver abaixo o vídeo do lançamento:

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