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Chuva de meteoros Oriônidas atinge pico nesta semana. Saiba como observá-la

Fenômeno originário do cometa Halley é visível em quase todo o mundo, inclusive no Brasil. Serão cerca de 23 estrelas cadentes por hora.

Por Manuela Mourão
22 out 2024, 17h42

Eclipses solares, auroras boreais e superluas fizeram do ano de 2024 um marco para os amantes do céu. Nos últimos dias, mais um show interestelar vem sido avistado ao olhar para cima. A chuva de meteoros Oriônidas atingiu seu auge nesta semana e já foi vista em alguns lugares do Brasil.

As Oriônidas, que se destacam pela sua velocidade e luminosidade, vêm do famoso cometa Halley. Esse corpo, que foi avistado daqui do globo pela última vez em 1986, leva cerca de 75 a 76 anos para completar sua órbita ao redor do Sol e deixa para trás uma trilha de pedregulhos, que se tornam visíveis quando a Terra os atravessa em sua própria volta pelo Sol. 

Esse rastro é formado toda vez que o Halley se aproxima do Sistema Solar. Ele libera uma nuvem de gelo e poeira rochosa que, ao longo do tempo, se transforma nas chuvas Oriônidas.

O Halley alcançou seu ponto mais distante do Sol em dezembro de 2023 e está oficialmente na metade de sua órbita. Em 37 anos poderemos vê-lo novamente daqui do planeta – mas até lá, seus filhotes roubam o show.   

Durante o ano, é possível observar esse fenômeno em duas épocas: em maio, quando recebe o nome de Eta Aquaridas; e agora, em outubro, o pico da chuva.

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O nome “Oriônidas” vem da constelação de Orion (um caçador da mitologia grega), pois é por essa região do céu que a chuva de meteoros passa. Orion é um conjunto de estrelas visível em quase todo o mundo, em ambos os hemisférios.

As Oriônidas entram na atmosfera a uma velocidade de aproximadamente 66 quilômetros por segundo (mais de 237 mil km/h), dando origem às famosas “estrelas cadentes”. As maiores podem gerar bolas de fogo que brilham mais intensamente do que o próprio planeta Vênus, segundo a NASA.

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A chuva acontece de 26 de setembro a 22 de novembro, mas seu pico ocorre do dia 20 ao 22 de outubro, ou seja, nesta terça. A expectativa é que até 23 meteoros possam ser vistos por hora, de acordo com a American Meteor Society. Uma verdadeira festa de luzes no céu. 

Como ver a chuva?

Apesar da maior superlua do ano (saiba mais sobre ela aqui), que interfere na observação dos meteoros mais fracos, ainda há chances de testemunhar o brilho intenso das Oriônidas.

Para aproveitar ao máximo a observação, especialistas recomendam encontrar um local afastado das luzes da cidade e deitar-se em uma posição confortável. “Em menos de 30 minutos no escuro, seus olhos se adaptarão e você começará a ver meteoros”, sugere Bill Cooke, líder do Escritório de Ambiente de Meteoroides da NASA, em um blog da empresa espacial. 

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Para a CNN, Robert Lunsford, coordenador na American Meteor Society, explica que o melhor horário para o avistamento é por volta da meia-noite, quando Orion está mais visível. A constelação nasce entre o norte e o leste e vai crescendo no céu depois disso. 

Aplicativos com mapas do céu ajudam a se orientar (como este interativo do portal Time and Date). Mas uma dica de ouro é procurar pelas famosas “Três Marias”, o conjunto de estrelas que integram a constelação de Orion – elas são o cinturão do caçador).

A exibição pode ser vista no mundo todo, menos na Antártida, já que neste exato momento do ano o Sol não se põe por lá. Aqui no Brasil, moradores do Mato Grosso do Sul (especialmente da capital, Campo Grande) e algumas regiões do Rio Grande do Sul já vem registrando os rabiscos no céu desde domingo (20).

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Porém, caso você não more em nenhum desses lugares e não consegue se afastar da cidade grande, o Observatório Araucária, que faz parte da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (BRAMON) e da Global Meteor Network (GMN), está transmitindo imagens ao vivo de suas câmeras no YouTube, permitindo que todos acompanhem o espetáculo em tempo real.

A Oriônidas não será a última chuva de estrelas cadentes do ano. Há ainda a Leônidas, com pico de visibilidade dias 17 e 18 de novembro  (especialmente no hemisfério norte); a Geminídeas, cujo apogeu rola entre 14 e 15 de dezembro (boa visibilidade no Brasil) e a Ursids, que terá seu auge pertinho do Natal, em 22 e 23 de dezembro (também mais visível no hemisfério norte).

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