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Cientistas colocam vírus em DNA para hackear computadores

A técnica transforma genes em pendrives biológico contaminados - e seus criadores tem ideias assustadoras de como ele pode ser usado

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 mar 2024, 15h59 - Publicado em 10 ago 2017, 12h33

O DNA é capaz de comportar mais informação que qualquer HD – cientistas já usaram material genético para codificar diferentes arquivos, inclusive GIFs. Mas agora, dois pesquisadores da Universidade de Washington descobriram que dá para fazer algo bem mais perigoso: colocar vírus de computador em genes e usá-lo para invadir e controlar as máquinas.

A técnica tira proveito dos softwares usados por cientistas para analisar o DNA. Basicamente, quando eles querem analisar a sequência genômica de alguém (para um teste de paternidade, por exemplo), eles usam programas que transformam o código genético em informação digital – ou seja, em código binário.

O que os pesquisadores fizeram foi pegar uma sequência de DNA sintética e incluir nela um trechinho de 176 letras. Eles, então, usaram uma máquina de sequenciamento que lê essas letras e as armazena como dígitos binários: 0s e 1s. Quando digitalizado, este código compôs um malware, um vírus de computador que permite que o hacker responsável controle a máquina e roube informações dela.

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Por enquanto, o vírus que eles conseguiram criar ainda tem dificuldade em ultrapassar as barreiras de antivírus e configurações de segurança de um computador comum – para fazer a invasão funcionar, eles tiveram que diminuir esses obstáculos direto na máquina. Mas o que os cientistas queriam mostrar é que o DNA é uma porta que pode ser usada por hackers no futuro, com técnicas mais refinadas e vírus mais poderosos.

É claro que só está em risco o computador que for usado para estudar sequências genômicas. O problema é que laboratórios, hospitais, universidades e até a polícia podem se tornar alvos.

Segundo os pesquisadores, essa mesma técnica simples pode usada em amostras falsas de sangue ou saliva para ganhar acesso às bases de dados universitárias, roubar informações de laboratórios forenses da Polícia Científica e até descobrir segredos da indústria de biotecnologia.

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