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Cientistas deram “oi” para uma baleia – e ela respondeu

Os cientistas podem não saber o que ela quis dizer, mas a "conversa" de 20 minutos é um passo a mais no entendimento da comunicação animal - e talvez até alienígena.

Por Leo Caparroz
18 dez 2023, 18h26

Em uma pesquisa recente, um grupo de cientistas teve uma “conversa” de 20 minutos com uma baleia jubarte em “baleiês”. Publicado no periódico PeerJ, o trabalho reuniu cientistas da Universidade da Califórnia em Davis, da Alaska Whale Foundation e do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence).

Os cientistas foram de barco até a costa do Alasca e deram play num áudio de uma “chamada de contato” no oceano para ver se alguma baleia pegaria o sinal. As “chamadas de contato” são como um “olá” humano em uma frequência desconhecida de rádio – é uma forma de iniciar a comunicação com alguém que você não necessariamente conhece. As baleias usam isso para chamar outras colegas ou para informar umas às outras onde estão.

“Eles são um dos sinais mais comuns no repertório sonoro social das baleias jubarte”, afirma Fred Sharpe, coautor do estudo.

A baleia, chamada Twain, se interessou pelo sinal e passou a circular o barco. Durante os próximos 20 minutos, os pesquisadores tocaram o chamado de contato 36 vezes, em diferentes intervalos. A baleia respondeu a todos eles, replicando as pausas da “conversa”.

Quando os cientistas esperavam 10 segundos para tocar o áudio, por exemplo, Twain, por sua vez, esperaria 10 segundos antes de responder. Este tipo de correspondência de intervalo sugere que Twain estava em uma troca intencional.

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“Acreditamos que este seja o primeiro intercâmbio comunicativo entre humanos e baleias jubarte na ‘linguagem’ jubarte”, disse Brenda McCowan, coautora do estudo.

O áudio foi registrado a partir de um pequeno grupo de baleias jubarte na região, no dia anterior ao encontro. É possível que Twain estivesse respondendo ao “olá” de uma de suas amigas, ou ao seu próprio.

De baleias para alienígenas

É comum que cientistas usem locais inóspitos da Terra para simular a condição de outros planetas. A Antártica, por exemplo, já foi estudada como um paralelo para condições em Marte.

De forma semelhante, a pesquisa com as baleias é uma tentativa de refletir uma eventual comunicação extraterrestre. Conforme melhoramos o nosso entendimento de comunicações não-humanas no geral, melhoramos nossa interação com espécies diferentes da nossa.

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“Existem diversas inteligências neste planeta e, ao estudá-las, podemos compreender melhor como seria uma inteligência alienígena, porque não serão exatamente como a nossa”, disse McCowan.

O comportamento de Twain pode ser similar à forma com que alienígenas podem tentar fazer contato conosco. Por isso, os pesquisadores do SETI começaram a parceria com especialistas em baleias e animais da UC Davis e da Alaska Whale Foundation, o objetivo é criar “filtros de inteligência” para ajudar na busca por inteligência extraterrestre.

Ao aperfeiçoar esses filtros, os cientistas poderiam usá-los para identificar sinais vindos do espaço, numa tentativa de fazer o primeiro contato com uma raça alienígena.

Segundo os pesquisadores, os próximos passos são repetir o trabalho realizado com outros animais inteligentes na Terra, como outros cetáceos, tipo golfinhos, e outras espécies altamente sociais, como suricatos e elefantes.

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