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Cientistas encontram cópias de fóssil destruído na Segunda Guerra Mundial

Elas foram reconhecidas a partir de uma ilustração, e os pesquisadores acreditam que outros moldes podem estar por aí.

Por Luisa Costa
4 nov 2022, 19h26

Em maio de 1941, Londres foi bombardeada por um ataque aéreo nazista. Entre os edifícios afetados, estava o Royal College of Surgeons, cujo museu guardava um esqueleto de ictiossauro – um réptil marinho pré-histórico, parecido com os golfinhos de hoje.

Mas não era qualquer ictiossauro. Era o primeiro fóssil completo que já se encontrou da criatura, apresentado à comunidade científica em 1819 pelo anatomista Everard Home, que integrava o Royal College. Era um tesouro da paleontologia, e foi uma perda irreparável. Bem, quase.

Por acaso, uma dupla de pesquisadores da Universidade de Manchester (Reino Unido) e da Universidade Estadual de Nova York encontrou duas cópias de gesso desse esqueleto completo. E eles acreditam que possam haver outras perdidas por aí.

Eles encontraram a primeira cópia em 2016, enquanto vasculhavam o acervo do Museu Peabody, da Universidade de Yale (EUA), em busca de ictiossauros esquecidos nas prateleiras. A dupla teve um déjà-vu quando bateu o olho em uma placa de gesso – e depois percebeu que se tratava de um sósia do famoso fóssil.

Quem criou a cópia? Quando? Não se sabe: nos documentos do museu há apenas a indicação de que o material foi doado em 1930 por Charles Schuchert – na época, um paleontólogo de Yale.

Comparação entre gravura e cópias de fóssil destruído na Segunda Guerra Mundial.
A ilustração do primeiro fóssil completo de um ictiossauro (primeira imagem acima) permitiu a identificação das cópias de Yale (segunda imagem) e de Berlim (terceira imagem). (Dean R. Lomax/Judy A. Massare/Divulgação)

Três anos depois, eles encontraram outra cópia escondida em uma prateleira do Museu de História Natural de Berlim (Alemanha). Também não se tem grandes informações sobre ela, mas o molde do esqueleto está mais definido do que o da placa de Yale. Os pesquisadores acreditam, portanto, que esse seja mais recente.

A dupla de pesquisadores comparou os moldes com a ilustração do fóssil que aparece naquele primeiro estudo de 1819 – e encontraram pequenas diferenças. A ilustração representa minúsculos ossos extras nas nadadeiras do animal, que não aparecem nas cópias do fóssil. Eles foram, inclusive, pintados na cópia de Berlim para que ela combinasse com o desenho.

Os pesquisadores publicaram as descobertas na última quarta (2), na revista Royal Society Open Science. Eles escrevem que este caso “ilustra a importância dos moldes antigos nas coleções de museus”, à medida que eles tendem a representar espécimes com mais precisão.

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