Relâmpago: Revista em casa a partir de 9,90

Cientistas encontram vírus de 48,5 mil anos na Sibéria

É um vírus gigante que voltou à ativa e estava no subsolo congelado da região russa de Yakutia. Mas não se preocupe: ele só infecta amebas.

Por Luisa Costa
Atualizado em 23 nov 2022, 17h05 - Publicado em 23 nov 2022, 17h05

A Sibéria abriga o permafrost mais espesso do mundo: ao norte da região (que faz parte da Rússia), há 1,5 km de solo permanentemente congelado, logo abaixo da superfície. Essa mistura de gelo, rochas e sedimentos é um esconderijo para milhões de micro-organismos, porque as baixas temperaturas permitem que eles permaneçam por lá sem se decompor – por milhares de anos.

Vírus estão entre as “criaturas-zumbis” que, volta e meia, os cientistas encontram em regiões de permafrost. Não é qualquer tipo de vírus: são os gigantes, que infectam amebas e têm dez vezes o tamanho de um vírus comum. E um grupo liderado por Jean-Michel Claverie, pesquisador da Universidade Aix-Marseille (França), acabou de encontrar um deles – com 48,5 mil anos de idade.

Cientistas já resgataram vírus de 30 mil anos do permafrost. Mas 48,5 mil é um recorde mundial, segundo Claverie. A criatura veio do solo congelado que existe abaixo de um lago na região russa de Yakutia. A equipe encontrou também outros seis tipos de vírus – o caçula está congelado há 27 mil anos.

Todos são vírus gigantes que infectam amebas. Aliás, é exatamente assim que os pesquisadores procuram: eles adicionam amostras do solo congelado a culturas de amebas e, depois, as inspecionam com um microscópio. Sinais de infecção mostram que o vírus voltou à ativa e está se replicando.

A equipe estudou os genomas dos setes vírus e verificou que são diferentes dos conhecidos anteriormente. Em seguida, relatou as caracterizações preliminares das criaturas em um artigo disponível online e ainda não revisado por outros pesquisadores – uma etapa comum da produção de conhecimento científico.

Continua após a publicidade

A volta dos que não foram

A presença de vírus antigos e outros micro-organismos no subsolo da Sibéria e de outras regiões geladas, como o Alasca, é especialmente perigosa em tempos de aquecimento global, porque o degelo do permafrost pode trazer essas criaturas de volta. 

E, como explica Claverie, se os vírus gigantes permanecem infecciosos depois de congelados por tanto tempo, outros tipos de vírus – menores, que infectam plantas e animais – possivelmente fazem o mesmo. Eis mais um problema na conta da crise climática.

Saiba mais sobre o permafrost e suas ameaças fantasmas nesta matéria da Super.

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade


Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
A partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.