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Cientistas encontraram um novo tipo de personalidade. Há boas chances de ser o seu

Pesquisadores americanos analisaram dados de 1,5 milhão de pessoas, o que configura o mais extenso estudo do gênero já feito

Por Guilherme Eler
19 set 2018, 18h53

“Quem se define se limita”, é uma daquelas frases feitas que as pessoas adoram repetir. Costuma valer para muita coisa, menos quando o que está em jogo são testes de personalidade da internet. Quizes do tipo costumam fazer um baita sucesso: todo mundo se torna um ávido curioso para descobrir que tipo de cachorro seria ou ainda o quanto é introvertido.

Como passatempo, questionários são uma ótima pedida, é claro. Nós aqui da SUPER já testamos os leitores sobre qual livro de ficção científica tem mais a ver com eles, ou qual pesquisa do IgNobel eles seriam, por exemplo. Mas, como você deve imaginar, a maior parte dos quizes têm quase tanta credibilidade científica quanto um horóscopo. Para tentar, de fato, definir você, a ciência costuma adotar parâmetros um pouco mais rígidos.

Existem “chapéus seletores” renomados da ciência, sim. Na psicologia, o teste de personalidade mais respeitado é chamado de “Big Five”. São cinco características que as pessoas costumam ter em maiores quantidades e, somadas, resumem bem a personalidade de alguém (ou pelo menos a parte da personalidade que pode ser rigorosamente investigada pela ciência. Os fatores que compõem Big Five são: extroversão, conscienciosidade, afabilidade, abertura à experiência e neurose.

São nomes complicados, né? Extroversão e abertura a novas experiências têm significados claros e direto ao ponto. Já afabilidade é similar à sociabilidade – ou seja, esse fator leva em conta a forma de interagir e cooperar com outras pessoas.

Conscienciosidade mede a autodisciplina, a capacidade de alguém de manter seus próprios impulsos na rédea curta. Por último, vem a neurose, que não tem nada a ver com surtos nem com filmes do Woody Allen. Neurose foi o termo que a ciência escolheu para resumir a instabilidade emocional. Uma pessoa que varia rapidamente de um estado de alegria para emoções negativas costuma ter pontuações mais altas que a média no fator Neurose.

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Pois bem: se você analisa as pontuações dos 5 Fatores em conjunto, dá para chegar em três tipos básicos de personalidade: os reservados, os autocentrados e os exemplares.

Reservados são pessoas tipicamente tímidas, que no Big Five tiram pontuações altas em afabilidade e autodisciplina, mas baixas em extroversão, neurose e abertura a novas experiências. São seus amigos legais, bem resolvidos e quietinhos – daquele tipo que não vai topar ir para a balada com você, mas que não faz disso um grande drama.

Os autocentrados têm altas pontuações em extroversão, e baixas em todo resto. Não se preocupam demais com os outros nem com a própria disciplina. Mas também são estáveis emocionalmente – e mantém uma vida social ativa.

Por último, vinham as pessoas “exemplares” – que têm o tipo de personalidade que provavelmente fez deles os favoritos dos seus professores da escola. Como destacou a revista Science, pessoas “exemplares” são aquelas que sabem lidar bem com suas próprias emoções, se dão bem com os outros e costumam se recuperar dos percalços da vida. Nos testes, eles apresentaram baixos índices de neurose, altos de conscienciosidade, afabilidade, extroversão e abertura a novas experiências.

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Basicamente, são pessoas estáveis e dispostas a experimentar o diferente, sem abandonar as próprias responsabilidades nem a empatia com os outros. Quase um ser humano perfeito.

Os tipos de personalidade paravam aí. Até que um novo estudo descobriu um quarto tipo. Muito provavelmente, o seu.

A personalidade número 4

A pesquisa, desenvolvida por pesquisadores da Northwestern University, nos Estados Unidos, fez o maior estudo de tipos de personalidade da história. Analisou bases de dados gigantescas, com mais de 1,5 milhão de pessoas.

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De fato, eles conseguiram ver que cercas pessoas se enquadravam nas classificações clássicas: autocentrado, reservado ou exemplar.

Só que sobrava uma montanha de gente que não se enquadrava em nada. Em nenhum dos três. O que elas tinham de especial?

A resposta mais precisa provavelmente é: nada. O quarto tipo de personalidade seria o perfil mediano, “normal” – ou average, em inglês. A enorme maioria das pessoas tem níveis de Afabilidade, Conscienciosidade, Extroversão, Neurose e Abertura à Experiências que não se destacam na demais. Não é que ninguém é pessimista ou ultrasimpático – é que a grande maioria das pessoas têm níveis parecidos dessas características. E aí a pontuação acaba ficando na média.

Achou sem graça? Má notícia: é provável que você se enquadre nele. Se não hoje, no passado. Ou no futuro.

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Segundo os pesquisadores, a personalidade das pessoas pode mudar com a idade. Pessoas mais jovens costumam ter um grande foco em extroversão e níveis mais baixos das demais características. Para adolescentes, o mais comum é estar no grupo dos autocentrados. Normal: “não é uma sentença pra vida, mas a maioria das pessoas começa como auto-centrada e sai dessa rapidamente”, disse Luís Nunes Amaral, cientista que liderou o estudo.

Conforme você cresce, as preocupações com os demais começam a crescer e você começa a investir em mais organização e disciplina. A proporção da personalidade “exemplar”, por isso, é maior no grupo de quem já passou dos 40, por exemplo.

Pessoas “exemplares” entre jovens abaixo dos 21 são raridade – indicando que os cabelos brancos, de fato, trazem mais controle emocional e menos foco no próprio umbigo.

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Mas mesmo que você tenha sido um jovem superautocentrado e evoluído para um adulto superperfeitinho, em boa parte dessa transição você era apenas… Mediano. Normal. Como (quase) todo mundo.

No vídeo abaixo, você pode ter mais informações sobre a pesquisa, que está publicada no jornal científico Nature Human Behaviour.

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