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Cocô de 236 milhões de anos contém os fósseis de borboletas mais antigos já encontrados

Pequenos fragmentos de asas de lepidópteros foram preservados nas fezes de um herbívoro extinto chamado dicinodonte.

Por Bruno Carbinatto
20 jun 2025, 19h00

Há 236 milhões de anos, um herbívoro grandalhão, do tamanho de um hipopótamo, comeu um banquete de plantas na região onde hoje é a Argentina – e, acompanhando a refeição principal, vieram alguns petiscos: insetos e outros pequenos seres que deram o azar na vegetação. 

Essa refeição, é claro, virou cocô – e, agora, cientistas descobriram que esse esterco fossilizado contém os indícios mais antigos de borboletas já encontrados.

As amostras foram encontradas em 2011 no Parque Nacional Talampaya, no oeste da Argentina. Quando escavavam o local, os paleontólogos descobriram que a região funcionava como uma espécie de banheiro público pré-histórico – isso porque foram encontrados muitos coprólitos, ou seja, fezes fossilizadas. 

Um desses cocôs fósseis foi analisado recentemente em um artigo publicado na revista científica Journal of South American Earth Sciences. Os cientistas descobriram que ele tem 236 milhões de anos e foi depositado por um dicinodonte, um tipo de herbívoro parente distante dos mamíferos que habitou a América do Sul e foi extinto há cerca de 200 milhões de anos.

O mais interessante é que os cientistas encontraram nas fezes fossilizadas minúsculos fragmentos de asas de insetos que foram identificadas como asas de lepidópteros – o grupo de artrópodes que inclui as borboletas e as mariposas.

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Essa é a evidência mais antiga de um lepidóptero já encontrada, superando os registros de 200 milhões de anos anteriores, localizados na Alemanha. Estudos genéticos já indicavam que esse grupo de artrópodes existia há, pelo menos, 241 milhões de anos, e agora essa é a primeira prova fóssil a reforçar essa ideia. A espécie de inseto que os cientistas identificaram nas fezes foi nomeada de Ampatiri eloisae.

Mas há uma diferença importante entre as borboletas e mariposas atuais e a Ampatiri eloisae – na época que essa anciã existiu, há 236 milhões de anos, as flores ainda não existiam. Isso significa que essa espécie precisava se alimentar de pequenas gotículas de néctar açucarado produzidas por árvores coníferas e plantas cicadófitas.

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