Como visitar outros mundos sem sair da Terra
Enquanto as viagens espaciais ainda são inacessíveis, dá para conhecer, por aqui mesmo, lugares tão surreais que parecem outro planeta – veja cinco deles
A popularização do turismo espacial está em contagem regressiva. O fundador da SpaceX, Elon Musk, já anunciou algumas iniciativas para enviar turistas para fora da órbita terrestre. Ele pretende mandar o bilionário Yusaku Maezawa e oito artistas convidados pelo japonês para dar uma volta ao redor da Lua a bordo do Starship (também conhecido como Big Falcon Rocket) – por quantia não divulgada, mas estimada em dezenas, talvez centenas, de milhões de dólares. O tour lunar de Maezawa e sua trupe não deve ocorrer antes de 2023, mas, já para o ano seguinte, Musk planeja enviar uma missão tripulada a Marte.
Para mostrar que essa tendência está mais perto do que nós imaginamos, a Booking.com, líder global em conectar viajantes com opções incríveis de lugares para ficar, descobriu que 46% dos viajantes brasileiros se interessariam em fazer uma viagem para fora do planeta – número que ranqueia nosso país entre os dez mais entusiasmados com o turismo espacial.
Mas, enquanto essa modalidade de viagem não se populariza – e a sua conta bancária não atinge patamares astronômicos –, há bons motivos para se animar a fazer viagens com experiências surreais aqui mesmo, na Terra. Listamos a seguir cinco exemplos de lugares que levam qualquer turista a se sentir em outro planeta.
Hotel submerso nas Maldivas
No Conrad Maldives Rangali Island, é possível tomar um café da manhã submarino, 5 metros abaixo do nível do mar, rodeado pela água azul-clara e a exuberante fauna do Oceano Índico. O teto do restaurante é todo transparente, proporcionando uma experiência literalmente imersiva aos hóspedes. No bangalô de luxo Muraka, inaugurado no fim de 2018, quartos e banheiros são submersos e têm paredes e teto translúcidos. Sem dúvida, uma estadia inesquecível!
Cavernas de Waitomo, Nova Zelândia
Um show de luzes proporcionado por milhares de insetos da espécie Arachnocampa luminosa é a principal atração desse conjunto de cavernas na ilha Norte da Nova Zelândia. Um passeio de barco leva os turistas a uma gruta cujas paredes ficam inteiramente iluminadas pelos bichos, que brilham desde o estágio larval até a forma adulta, num cenário que lembra Pandora, planeta do filme Avatar. Surreal!
Hospedagem de gelo na Suécia
O primeiro hotel de gelo do mundo abriu as portas em 1990 no vilarejo sueco de Jukkasjärvi. Desde então, é reconstruído todo ano para funcionar de dezembro a abril. As paredes, o mobiliário – camas, mesas e cadeiras – e até os copos do bar são feitos de gelo. Por isso, a temperatura é mantida em constantes 5 °C negativos. Para escapar do frio, só apelando para a sauna e para os sacos de dormir térmicos – nos quartos mais luxuosos, há camas cobertas com pele de rena.
67% afirmam que valorizam mais as experiências do que os bens materiais
64% gostariam de visitar algum lugar que nenhum de seus amigos tenha ido antes
28% revelam que têm preferência por acomodações únicas e excêntricas
Fonte: Booking.com
Salar de Uyuni, Bolívia
O maior deserto de sal do planeta, uma imensidão branca com mais de 10 000 quilômetros quadrados, parece mesmo coisa de outro mundo. Na época das chuvas, vira um grande espelho que reflete o céu e, na temporada seca, cria um festival de formas geométricas no chão – entre lagoas coloridas, gêiseres, cavernas e piscinas termais a quase 5 000 metros de altitude. São mais de 10 bilhões de toneladas de sal em seus 120 metros de profundidade. É tanto sal que até algumas construções são feitas com ele, como o imponente hotel Palácio de Sal, que tem tijolos de sal e é equipado com móveis, adivinhe, de sal.
Ilha de Devon, Canadá
Este é o pedaço da Terra mais parecido com outro planeta. A maior ilha inabitada do mundo é tão inóspita que um terço dela, mais ao leste, fica coberto permanentemente por uma camada de gelo de 500 a 700 metros de altura. A temperatura média anual é de 16 °C negativos e a neve só tira férias – nos dois terços mais “quentes” da ilha – por um período de 45 a 50 dias no ano. Essas condições tornam esse local semelhante a Marte. Por isso, desde 2001, a Nasa realiza pesquisas durante o verão. São várias estações instaladas para testes de campo, que vão desde a coleta de materiais geológicos com sondas até expedições humanas. Pena que, com esse clima tão “extraterrestre”, não tem nenhum hotel por lá. Ainda.