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Conheça o sapinho-pulga, o menor anfíbio do mundo

O animal vive no sul da Bahia, é menor que uma unha de dedo mindinho – e corre risco de extinção.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 9 fev 2024, 18h06 - Publicado em 9 fev 2024, 18h00

Desde que o mundo é mundo, nosso planeta já foi habitado por seres gigantes, como os dinossauros, os paraceratérios (os maiores mamíferos terrestres de todos os tempos) e a baleia azul (o maior animal que já passou pelo planeta).

Quando o assunto é o inverso, porém, é difícil apontar um vencedor. Mas temos um novo candidato a menor animal vertebrado do mundo: o sapinho-pulga.

A descoberta, publicada na revista Zoologica Scripta, foi feita pelos biólogos Wendy Bolaños, Iuri Ribeiro Dias e Mirco Solé, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), na Bahia. O sapinho-pulga (Brachycephalus pulex), é um anfíbio minúsculo, endêmico da região, e vive em topos de morro na Reserva Particular do Patrimônio Natural Serra Bonita, em Camacan, e no Parque Nacional Serra das Lontras, em Arataca, ambos localizados no sul do estado.

Analisando os exemplares de 45 indivíduos machos e fêmeas, Bolaños descobriu que os machos não ultrapassavam 6,45 milímetros quando adultos. Claro: existem seres microscópicos muito menores. Mas quando falamos de vertebrados (animais com crânio e coluna vertebral), o recorde pertencia a um sapinho da Papua-Nova Guiné (Paedophryne amauensis), que tem 7,7 mm de tamanho. 

Do tamanho de uma unha do dedo mindinho, o sapinho-pulga tornou-se oficialmente o menor anfíbio do planeta.

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Apesar do seu diminuto tamanho, os problemas do sapinho são, infelizmente, bem grandes. Uma pesquisa da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), publicada na Nature no ano passado, mostrou que 40% das espécies de anfíbios de todo o planeta estão ameaçadas de extinção.

Os motivos são a devastação do habitat e, claro, o aquecimento global. 

“É ótimo que esse sapinho viva em duas áreas de conservação, mas sua vulnerabilidade às mudanças climáticas é preocupante”, explica Mirco Solé, pesquisador da UESC  e um dos autores do estudo. “Espécies de baixada podem escapar do aumento de temperatura deslocando-se para áreas de montanha, mas as que habitam os topos de morro não têm para onde ir.”

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O sapinho mal foi descoberto e já se sabe que ele corre risco de desaparecer. Para Iuri Ribeiro Dias, professor e pesquisador da UESC, são necessárias medidas de preservação e mitigação dos problemas climáticos para que o animal não suma de vez:

“Infelizmente, na última reavaliação do status de ameaça feita pela União Internacional para a Conservação da Natureza, o sapinho-pulga foi classificado como em perigo de extinção. Está em nossas mãos garantir que ele não desapareça e que as futuras gerações de brasileiros ainda possam se orgulhar de ter o menor anfíbio do mundo vivendo na Bahia.”

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