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Conheça o Wasp-76b, novo planeta em que chove metal líquido

Localizado a 640 anos-luz da Terra, o planeta está tão próximo de sua estrela que a temperatura por lá ultrapassa os 2.400 ºC.

Por Rafael Battaglia
13 mar 2020, 15h48
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  •  (ESO/M. Kornmesser/Reprodução)

    Se uma chuva de ferro começasse a cair aqui na Terra, só haveria uma resposta possível para o fenômeno: apocalipse. Mas, para o Wasp-76b, que está a 640 anos-luz de nós, isso é só mais um dia como qualquer outro.

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    O Wasp foi encontrado há quatro anos, e recebeu esse nome (que, em inglês, quer dizer “vespa”) por causa do WASP, organização astronômica que procura por exoplanetas (planetas que se localizam fora do Sistema Solar).

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    As descobertas recentes da chuva de metal, no entanto, foram feitas por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça. Eles observaram que a temperatura por lá pode chegar aos 2.400 oC – quente o suficiente para vaporizar metais. Isso se deve à proximidade do Wasp-76b com a estrela em que orbita: ele está tão perto que leva apenas 43 horas para dar uma volta em torno dela.

    O novo exoplaneta se encaixa em uma categoria que os cientistas chamam de “Hot Jupiter”: gigantes gasosos (daí a referência a Júpiter) cujas órbitas são tão próximas a uma estrela que é impossível abrigar vida. Em janeiro, a SUPER contou a história do KELT-9b, outro integrante desta categoria e que é o planeta mais quente já descoberto. O WASP, vale dizer, tem o dobro do tamanho de Júpiter.

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    Cantando na chuva (de metal)

    A tal chuva de ferro existe por um motivo: a rotação do Wasp, assim como a da nossa Lua, é sincronizada com a sua rota em torno da estrela, fazendo com que apenas um lado fique virado para ela.

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    Calma, a gente explica. Como uma das metades do planeta não recebe luz (calor), a temperatura por lá é 1.000 ºC menor. Essa enorme diferença gera uma corrente de vento de até 18.000 quilômetros por hora, segundo os cientistas.

    Mas o mais interessante é observar a linha que divide os dois hemisférios. Quando as nuvens de moléculas de ferro, vaporizadas pelo calor, chegam até esse limite com a parte mais fria, elas acabam condensando. A região escura do Wasp, é bom lembrar, ainda é quente: 1.400 ºC, mas é o suficiente para que a chuva de metal aconteça.

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    Planeta intrigante

    Em entrevista à BBC, Don Pollacco, pesquisador da Universidade de Warwick (Reino Unido) e integrante da pesquisa, disse que era difícil imaginar mundos tão exóticos quanto o Wasp-76b. O planeta possui uma atmosfera tão quente que, assim como o KELT 9-b, é provável que os átomos das moléculas ali não consigam permanecer unidos.

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    Acredita-se que o Wasp, por estar tão próximo de sua estrela, pode ter dois destinos: ou ele se chocará com ela ou o campo de radiação da estrela vai explodir a atmosfera do planeta. Nesse último caso, a única coisa que sobraria seria um núcleo rochoso – e quente.

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    O estudo foi publicado na revista Nature, e foi feito com o Espresso, um novo espectômetro instalado no Very Large Telescope (VLT), observatório localizado no Chile – e que também é o maior conjunto de telescópios ópticos do mundo num só lugar.

    Achou toda a história da chuva de metal algo digno de um romance? Os pesquisadores também. Tanto que um deles, o Dr. David Ehrenreich, pediu a um ilustrador de obras de ficção científica para fazer imaginar como seria pousar no Wasp 76-b. O resultado pode ser conferido aqui.

     

     

     

     

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