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Crianças que jogam videogames têm pontuação maior em testes cognitivos

Estudo com jogadores de 9 e 10 anos indica que eles têm padrões diferentes de atividade cerebral - e os games podem estar associados a habilidades aprimoradas

Por Leo Caparroz
7 nov 2022, 19h19

O aumento do tempo investido em videogames por crianças e adolescentes nas últimas décadas gerou um debate acalorado sobre as consequências desse passatempo, tanto para os indivíduos quanto para a sociedade. Enquanto alguns defendem que os jogos seriam um mal para os jovens, outros apontam para possíveis benefícios que a atividade pode trazer.

Um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Vermont, apoiado pela National Institute on Drug Abuse (NIDA) e outras entidades americanas de saúde, mostrou que o cérebro de adolescentes que jogam videogame é diferente daquelas que não jogam. Os jovens gamers têm melhor memória e melhor controle sobre suas habilidades motoras do que os demais.

O estudo usou dados de uma pesquisa em andamento, a Adolescent Brain Cognitive Development (ABCD), que foi lançada em 2018 e acompanha o desenvolvimento do cérebro de milhares de crianças nos Estados Unidos conforme elas crescem até a idade adulta. Os participantes são periodicamente avaliados, passando por tarefas cognitivas, exames de saúde mental e física, tomografias e outros testes.

A equipe de pesquisa usou o primeiro conjunto de avaliações do ABCD, que incluía dados de 2.217 crianças entre nove e dez anos. Os participantes eram questionados sobre quantas horas passavam jogando videogame um dia comum e em um fim de semana. As crianças, então, foram divididas em dois grupos, um de jogadores de videogame (aquelas que jogavam pelo menos 3 horas por dia) e outro de não jogadores (crianças que não jogavam videogame durante a semana). Crianças que jogavam apenas ocasionalmente não foram incluídas no estudo.

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Em seguida, os pesquisadores analisaram o desempenho delas em testes que mediam atenção, controle de impulsos e memória. As crianças gamers eram mais rápidas e precisas, e apresentaram diferenças nos padrões de atividade cerebral comparadas ao outro grupo: durante os testes, seus cérebros eram mais ativos nas regiões envolvidas com atenção e memória.

Crianças que jogavam pelo menos três horas por dia também mostraram mais atividade na parte frontal do cérebro, associada a tarefas de alta demanda cognitiva, e menos nas regiões relacionadas à visão.

Também não havia diferenças significativas entre os parâmetros de saúde mental dos dois grupos, o que contesta as preocupações de que os videogames são ruins para o bem-estar emocional.

A pesquisa não apresenta, por ora, uma relação específica de causa-efeito. Ainda não está claro por que existem diferenças entre jogadores e não jogadores nessa faixa etária. Pode ser que os videogames causem melhorias na cognição, como também as pessoas que têm mais aptidão para as tarefas designadas pelo estudo sejam atraídas pelos jogos.u jogos de tiro podem ter efeitos diferentes no desenvolvimento cognitivo.

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Os autores também enfatizam que suas descobertas não significam que as crianças devam passar tempo ilimitado em seus computadores, telefones celulares ou TVs, e que os resultados provavelmente dependem em grande parte das atividades específicas em que as crianças se envolvem.

“Embora não possamos dizer se jogar videogames regularmente causa desempenho neurocognitivo superior, a correlação é encorajadora”, conta Bader Chaarani, professor assistente de psiquiatria da Universidade de Vermont e principal autor do estudo. “Devemos continuar a investigar nessas crianças à medida que passam para a adolescência e a idade adulta jovem”.

“Muitos pais hoje estão preocupados com os efeitos dos videogames na saúde e no desenvolvimento de seus filhos”, completa Chaarani. “Como esses jogos continuam a proliferar entre os jovens, é crucial que entendamos melhor o impacto positivo e negativo que podem ter.”

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