Virgílio
NOME ORIGINAL_Aeneis (Itália)
EDIÇÃO NO BRASIL_ Martins Fontes; 2004
DO QUE TRATA
Um dos maiores épicos da fundação de Roma, os 6 primeiros livros contam a volta de Enéas à península itálica, após a queda de Tróia. No caminho, uma tempestade o leva a Cartago, onde se apaixona pela rainha Dido. No entanto, Júpiter faz com que ele continue a viagem com o dever de fundar a cidade que se tornará a Roma imperial. Após a partida do amado, Dido se suicida. Os 6 últimos livros da obra mostram a sangrenta batalha entre Enéas e seu rival Turnus.
QUEM ESCREVEU
Nascido no norte da Itália, Publius Vergilius Maro (70 a.C.-19 a.C.) estudou inicialmente em Milão e Cremona, seguindo depois para Roma, onde se dedicou à matemática, medicina e retórica. Entrou para o círculo dos “poetas alexandrinos”, grupo de intelectuais que buscavam inspiração nos ensinamentos dos gregos do século 3 a.C. Virgílio encarava a composição da Eneida como um dever político e religioso. Afi rma-se que o poeta, à beira da morte, teria ordenado a destruição de sua obra-prima, mas o imperador Augusto não permitiu.
POR QUE MUDOU A HUMANIDADE
Eneida liga a civilização romana à hereditariedade dos heróis gregos, mais precisamente ao troiano Enéas, escolhido pelos deuses para fundar Roma e dar origem à linhagem dos Césares, legitimando por meio da história e da cultura o poder político. Para isso, o poeta inspirou-se na Ilíada e na Odisséia, de Homero (pág. 16). A apropriação latina da cultura grega é o que funda a cultura greco-romana, da qual somos herdeiros. O sentimento religioso e o humanismo de Virgílio o tornaram um símbolo da cristandade durante a Idade Média. É ele quem guia Dante Alighieri pelo Inferno e pelo purgatório no clássico Divina Comédia (pág. 30).