Engenharia Genética: Esperma absorve gene alheio
Biólogos italianos conseguem introduzir genes de uma bactéria em espermatozóide de ratos.
Uma nova polêmica vem agitando a área já carregada de controvérsias da Engenharia Genética. O motivo é a notícia de que biólogos italianos conseguiram introduzir genes de uma bactéria em espermatozóides de ratos. O método consagrado, também caro, demorado e incerto, para obter-se animais com genes alheios é o de injetar DNA, a molécula da hereditariedade, em embriões. Os italianos, que por sinal pesquisavam algo inteiramente diferente, apenas misturaram ao esperma das cobaias uma solução com o gene que induz a produção de certa enzima em bactérias. Depois, os espermatozóides foram inseminados em ratas – e 30 por cento das crias nasceram com a enzima estranha.
“é difícil acreditar na experiência, tamanha a simplicidade”, espanta-se o geneticista José Mariano Amabis, da Universidade de São Paulo. Ele nota ainda que tentativas anteriores de implantar genes em espermatozóides jamais deram certo. Por via das dúvidas, pesquisadores em muitos países puseram-se a repetir a involuntária proeza italiana. O recente fiasco da fusão a frio parece ter imunizado cientistas de todas as especialidades contra comemorações apressadas.