Esquecida pela Academia
A assistente do cientista Antony Hewish, que ganhou o Nobel de Física em 1974, pela descoberta de um novo tipo de estrela, o pulsar, foi esquecida pela Academia Sueca de Ciências.
Ficou célebre a gafe cometida por Mário Amato, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, quando, em 1989, ao referir-se à então ministra do Trabalho, Dorothéa Werneck, disse: “Ela é inteligente, apresar de ser mulher”. Gafes como essa não são privilégio dele ou dos brasileiros. A Academia Sueca de Ciências também cometeu a sua, ao premiar o cientista Antony Hewish com o Nobel de Física, em 1974, pela descoberta de um novo tipo de estrela, o pulsar. Isso só foi possível a partir das observações da jovem assistente de Hewish, a irlandesa Jocelyn Bell Burnett. Na época, tinha 24 anos, fazia Ph.D em Cambridge, Inglaterra, e trabalhava no Observatóri de Radioastronomia Mullard. Mesmo tendo assinado com Hewish o artigo em que revelou a importante descoberta, publicado pela revista Nature, em 1968, foi esquecida na hora da premiação. Pequena, jovial e afável, Jocelyn, hoje com 49 anos, ensina na Open University, onde estruturou um novo e bem-sucedido curso de Astronomia, freqüentado por cerca de 900 estudantes ingleses. Tão ou mais interessante e inteligente que qualquer outro, ministrado por seus colegas do sexo masculino.