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Este é o último vídeo de um lobo-da-tasmânia vivo

Há poucos registros do animal, extinto em 1936 devido à ação humana. Um novo clipe encontrado mostra Benjamin, o último exemplo em cativeiro da espécie, meses antes de morrer.

Por Bruno Carbinatto
20 Maio 2020, 18h01

No dia 7 de setembro de 1936, o último lobo-da-tasmânia (também conhecido como tigre-da-tasmânia) do mundo morreu. Benjamin, como era chamado, vivia no zoológico de Hobart, na Austrália, e ganhou fama mundial por ser o último exemplar vivo de sua espécie (Thylacinus cynocephalus). Até hoje, há pouco material disponível sobre os lobos-da-tasmânia disponível, frustando os cientistas que estudam esse singular animal.

Agora, o National Film and Sound Archive da Austrália liberou um clipe que mostra Benjamin alguns meses antes de sua morte. A cena foi filmada em 1935 para o documentário Tasmania the Wonderland, do cineasta Sidney Cook, que nunca foi terminado, e havia ficado perdida por 85 anos. São 21 segundos do bicho andando em sua cela no zoológico, enquanto um funcionário, à direita, tenta interagir com ele. Uma narração de fundo dá detalhes sobre o animal – incluindo o fato de que ele é o último de sua espécie em cativeiro.

Pode parecer pouca coisa, mas o novo vídeo é um achado e tanto. Além de ser o registro mais recente do animal, antes só havia cerca de uma dúzia de pequenos vídeos de lobos-da-tasmânia que somavam três minutos de material total – e todos sem som. Agora, o arquivo australiano diz estar procurando por mais registros como esse que possam ter sido esquecidos pelos anos, e tem como objetivo principal achar um vídeo em cores ou algum que registre o som feito por esses animais.

Além disso, qualquer nova informação é um prato cheio para quem estuda esse extinto animal, que tinha características bastante únicas: ele era o último marsupial carnívoro conhecido e tinha uma aparência singular, que lembrava uma exótica mistura de raposa, tigre e lobo, além de ter a famosa bolsa na barriga como os cangurus.

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Os lobos-da-tasmânia eram predadores ferozes e chegaram a habitar ilhas do Pacífico e regiões da Austrália continental, mas foram extintos devido à competição com outros carnívoros, com os dingos, e por conta da interferência humana. Já no século 19 os tigres-da-tasmânia só existiam no estado da Tasmânia na Austrália, uma ilha separada da parte continental do país. Por lá, eram alvo frequente de caçadores e de fazendeiros que os viam como ameaça para seus animais, o que acabou levando a espécie à extinção definitiva.

Ou pelo menos é o que se acredita. Alguns cientistas trabalham com a possibilidade de que alguns membros da espécie tenham permanecido vivos na natureza e procriado, apesar de diversas buscas nunca terem encontrado nenhuma evidência disso. No fim do ano passado, o governo australiano publicou um documento que reunia informações sobre oito supostos avistamentos, feitos por cidadãos, de animais que poderiam ser lobos-da-tasmânia. Como as informações são provenientes de leigos, elas podem ser fruto de enganos ou confusão com outro animal. Ou podem ser uma esperança de que o bicho não tenha sido totalmente aniquilado.

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