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Estudo chinês mostra que musgo do deserto pode sobreviver em Marte

O musgo super resistente foi submetido a temperaturas extremas e altas taxas de radiação, mostrando que pode resistir às condições marcianas.

Por Eduardo Lima
1 jul 2024, 18h00

O Syntrichia caninervis é um musgo que pode ser encontrado no deserto de Mojave, na Califórnia, no Tibete e na Antártica, alguns dos lugares com condições climáticas mais extremas da Terra. Agora, cientistas descobriram que ele também poderia ser a primeira planta que conhecemos a sobreviver em Marte, resistindo aos extremos do planeta vermelho.

Seca, altos níveis de radiação e frio extremo: o musgo do deserto resistiu a tudo. O grupo de cientistas do Instituto Xinjiang de Ecologia e Geografia, em Urumqui, na China, investigou o musgo e publicou suas descobertas na revista The Innovation, mostrando que essa planta resiliente poderia ser a primeira espécie de vida na colonização de Marte.

O estudo é o primeiro a examinar como uma planta inteira poderia sobreviver no ambiente marciano, pensando em como essas plantas poderiam ser cultivadas diretamente na superfície do planeta vermelho, e não em uma estufa controlada.

Esse musgo não é comestível e não poderia servir para alimentar humanos em Marte. Porém, uma possibilidade de intervenção da planta na superfície do planeta vermelho seria enriquecer e transformar o solo rochoso marciano, abrindo o caminho para que outras espécies pudessem ser plantadas e cultivadas.

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Como o experimento foi feito?

O musgo resistiu a testes como passar cinco anos armazenado numa temperatura de −80 °C, e sobreviveu até um mês resfriado por nitrogênio líquido a −196 °C.

Não são só as temperaturas baixas que seriam um problema em Marte. O musgo também foi bombardeado com doses de radiação gama, que o planeta vermelho recebe muito mais que a Terra, por conta de sua atmosfera menos densa que a nossa. A planta conseguia se regenerar até 500 unidades gray de radiação, e só ficava com danos severos depois de 8000Gy. 50Gy de raios gama já são o suficiente para levar um ser humano à morte.

O estudo experimental colocou os musgos sob uma atmosfera de 95% de dióxido de carbono, temperaturas que variavam de −60 °C para 20 °C, altos níveis de radiação ultravioleta e baixa pressão atmosférica, para simular o que acontece em Marte. Depois de uma semana sob essas condições, as plantas ainda conseguiram se regenerar plenamente após um mês.

Os pesquisadores querem levar a planta Syntrichia caninervis para a Lua ou para Marte para testar in loco as capacidades de sobrevivência espacial do musgo super resistente.

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O estudo tem suas limitações: os cientistas não investigaram o possível impacto dos percloratos, sais tóxicos e corrosivos presentes nos solos marcianos. Ele também não mostra se o musgo poderia ser uma fonte significativa de oxigênio em Marte, ou se ele poderia se reproduzir e proliferar no planeta vermelho.

Sobreviver em condições marcianas é uma coisa. Já prosperar, se proliferar e realmente colonizar o planeta vermelho é outra. Ainda não se sabe até que ponto os musgos poderiam realmente viver de forma contínua em Marte, mas a pesquisa dá um primeiro passo para investigar as possibilidades de vida no nosso vizinho espacial.

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