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Evento discute novas tecnologias para detectar vida alienígena

O Breakthrough Listen, que acontece no Reino Unido, debaterá como futuros telescópios e inteligência artificial podem melhorar a busca por extraterrestres universo afora.

Por Caio César Pereira
17 jul 2024, 18h00
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  • Observatório Rubin sob um céu noturno estrelado. O observatório fica no topo de seu cume rochoso em primeiro plano e é composto por um longo edifício branco que se estende para a esquerda e uma cúpula angular prateada projetando-se. A Via Láctea é visível, abrangendo a imagem horizontalmente acima do observatório como um denso fluxo de estrelas intercaladas com nuvens de poeira escuras e finas. O brilho amarelo das luzes da cidade em La Serena é visto ao longe, no canto inferior esquerdo.
     (Rubin Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/H. Stockebrand/Reprodução)

    Há mais de 60 anos, antenas, satélites e telescópios ao redor do planeta vasculham a escuridão do espaço na busca de algum sinal que possa indicar a existência de vida. Nada foi encontrado até agora – mas o desenvolvimento de algumas novas tecnologias podem ser essenciais para mudar o cenário desse jogo de esconde-esconde com nossos possíveis vizinhos distantes.

    Entre os dias 18 e 19 de julho, a Universidade de Oxford, no Reino Unido, irá sediar a conferência anual do projeto para a procura de inteligência e comunicações extraterrestres Breakthrough Listen. A iniciativa é inspirada no famoso programa americano SETI (Search for extraterrestrial intelligence, ou Busca por Inteligência Extraterrestre), que desde a década de 1980 observa o espaço na esperança de encontrar vida.

    Atualmente, o Breakthrough Listen é o maior programa científico do mundo dedicado exclusivamente à procura de civilizações alienígenas pelo universo. Na conferência deste ano, os cientistas pretendem apresentar alguns dos novos inventos que podem melhorar esse processo.

    “Há tecnologias incríveis em desenvolvimento, como a construção de novos telescópios gigantes no Chile, na África e na Austrália, bem como desenvolvimentos em IA. Elas vão transformar a maneira como procuramos alienígenas”, conta ao jornal The Guardian Steve Croft, astrônomo e cientista de projeto do Breakthrough Listen

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    Na África do Sul e Austrália, por exemplo, está sendo construído o maior radiotelescópio do mundo. Chamado de Square Kilometre Array, o projeto é um observatório global operando dois telescópios em três continentes. Após sua conclusão, prevista para 2028, ele se tornará a maior instalação radioastronômica do planeta.

    Os telescópios são operados por um Centro de Operações Científicas (SOC) e por um Centro de Operações de Engenharia (EOC), cada um em seu próprio país-base.

    Já no Chile, após alguns anos em construção, em 2025 será inaugurado o Observatório Vera C. Rubin. Ele foi batizado em homenagem à astrônoma americana Vera C. Rubin, responsável pela descoberta da chamada matéria escura.

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    Localizado em uma montanha no norte do Chile, ele contará com um espelho de 8,4 metros, a maior câmera já construída para astronomia e astrofísica. Durante os próximos 10 anos, ele irá capturar quase que diariamente fotos de todo o céu visível, que irá auxiliar os pesquisadores a descobrir novas galáxias, estrelas e a responder a algumas das maiores questões sobre o Universo.

    Juntamente com essas novas construções, os pesquisadores passaram a utilizar uma tecnologia capaz de filtrar e analisar as vastas quantidades de informações obtidas, e tornar a busca mais precisa: a inteligência artificial.

    “Até agora, estávamos restritos a procurar sinais enviados deliberadamente por alienígenas para anunciar sua existência. As novas técnicas serão tão sensíveis que, pela primeira vez, seremos capazes de detectar transmissões não intencionais, em oposição às deliberadas, e seremos capazes de detectar possíveis radares de aeroportos alienígenas ou transmissores de TV poderosos – coisas desse tipo”, diz Croft.

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    Esses sinais que indicariam a presença de algum tipo de vida inteligente extraterrestre são conhecidos como tecnoassinaturas. Essas tecnoassinaturas podem ser uma série de coisas, como iluminação artificial, poluição atmosférica, painéis solares ou qualquer outro sinal eletromagnético. 

    Ao contrário das ondas de rádio, que seria uma forma mais direta para encontrar um indício de vida inteligente (já que pressupõe que nós ou os possíveis aliens recebam algum sinal do tipo), as tecnoassinaturas estão mais ligadas a encontrar, diretamente ou indiretamente,  algum tipo de tecnologia (daí o tecno do nome). 

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    Os painéis solares, por exemplo, absorvem luz visível, mas refletem radiação ultravioleta e infravermelha. Caso alguma civilização tenha uma tecnologia do tipo, a radiação poderia ser detectada usando um telescópio poderoso.

    Vale lembrar que essas tecnoassinaturas também são diferentes das chamadas bioassinaturas, que buscam o vestígio de qualquer sinal de vida, seja ela inteligente ou não.

    Enquanto ainda não encontramos nenhum sinal de vida fora de nosso planeta, alguns grandes clássicos da ficção científica dão uma ideia de como talvez isso seria. O filme de 1997, Contato, de Robert Zemeckis, por exemplo, mostra a vida da astrônoma Ellie Arroway (Jodie Foster), que após anos trabalhando no SETI finalmente recebe sinais de que de fato existe alguma coisa lá fora.

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    Claro que, diante da grande instabilidade de eventos históricos, vivenciá-los talvez não seja exatamente a coisa mais legal do mundo (os mortos na Revolução Francesa que o digam). Mas, convenhamos: descobrir que alienígenas existem seria legal demais (se eles não nos invadissem, claro).

    Não precisam nem ser uma sociedade mais avançada que a nossa: este repórter que vos escreve se contentaria com uma simples bactéria em algum planeta por aí.

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