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Feito com células humanas, antrorrobôs podem reparar tecidos

Eles não são robôs de fato, e sim um agrupamento celular – que, se controlado da maneira certa, pode virar uma ferramenta importante da medicina regenerativa. Entenda.

Por Caio César Pereira
Atualizado em 19 dez 2023, 19h56 - Publicado em 19 dez 2023, 19h55
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  • Imagine robôs microscópicos que podem viajar pela sua corrente sanguínea para fechar feridas e outros tecidos danificados. Soa ficcional, como os nanorrobôs do Homem de Ferro, certo? Mas, por mais fantástico que possa parecer, isso já está se tornando realidade – pelo menos em partes.

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    Em uma pesquisa realizada pela Universidade Tufts, em Massachusetts (EUA), pesquisadores conseguiram criar em laboratório grupos de células com a habilidade de reparar tecidos humanos danificados. O estudo foi publicado na revista acadêmica Advanced Science e demonstrou a ação dos chamados “antrorrobôs” (mistura de “antropo”, que vem do grego e está ligado a “ser humano”, com “robô”). Trata-se de pequenas estruturas independentes, formadas a partir de células humanas.

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    Como os antrorrobôs foram feitos?

    Para formar um antrorrobô, é necessário uma célula saudável, geralmente de algum doador adulto. Para o experimento, os pesquisadores pegaram uma da região da traqueia. É um tipo de célula coberto por cílios, similares a fios de cabelo e que atuam como uma espécie de filtro para o interior celular. 

    Essas células foram então cultivadas por duas semanas, formando um organoide – uma estrutura multicelular também chamada de biorrobô. É é aqui que entra um dos aspectos mais importantes da pesquisa.

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    Nesse agrupamento, os cílios das células da traqueia crescem para a parte interna da estrutura. Mas os pesquisadores criaram um modo que permite com que eles nasçam para fora. Isso transforma os cílios em escovinhas, que ajudam na movimentação celular. Os organoides, então, ficam livres para zanzar, e é por isso que recebem a nomenclatura de “robôs” – ainda que não tenham parafusos nem engrenagens, rs.

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    Medindo entre 30 a 500 micrômetros (fios de cabelo, em comparação, têm até 120 micrômetros de diâmetro),  os antrorrobôs mostraram uma habilidade curiosa: após serem induzidos e cultivados por semanas, eles se autoconstroem, assumindo formas e tamanhos diferentes. As nossas células também têm essa capacidade, mas fazem isso de forma menos independente, em meios específicos – e precisando se comunicar umas com as outras. 

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    “Microrrobôs” curandeiros

    Os pesquisadores queriam ver até onde iriam as habilidades e funções dos antrorrobôs. Para isso, criaram uma forma de testar as suas habilidades regenerativas. Eles cultivaram uma pequena camada de neurônios humanos em laboratório. Em seguida, abriram uma ferida, raspando esse material celular essa camada com uma haste de metal.

    Na sequência, os antrorrobôs entraram em ação. Após alguns dias no local do corte. Os pesquisadores ainda não sabem ao certo, mas, de alguma forma, os microrrobôs estimularam o crescimento de novos neurônios na região. 

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    Para Michael Levin, biologo na Universidade Tufts e um dos autores do estudo, a nova tecnologia abre novas portas para a medicina. 

    “Assim que entendermos o que os coletivos de células são capazes de fazer, poderemos começar a controlar isso não apenas para bots independentes, mas para a medicina regenerativa”, conta Levin à Nature News.

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    Diferente de outros métodos, como a terapia genética, os antrorobôs podem permitir intervenções sem que seja necessário alterações no próprio DNA. Isso pode abrir caminho para o desenvolvimento de novas terapias terapêuticas e regenerativas no campo da medicina no futuro.

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