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Ficar rolando a tela nas redes sociais causa tédio, afirma estudo

Estudo canadense mostrou que participantes ficaram mais entediados quando tinham a opção de trocar entre vídeos do que assistindo só um.

Por Eduardo Lima
19 ago 2024, 18h00

O TikTok, o YouTube e o Instagram têm plataformas de vídeos onde você pode ficar rolando a tela infinitamente, de um conteúdo para o outro, buscando aquele tesouro maravilhoso que o algoritmo está escondendo atrás do arco-íris. Essa surpresa pode ser só tédio, como mostra um novo estudo de cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá.

Ficar rolando de um vídeo para o outro, ou mesmo passando para trás e para frente num mesmo vídeo, aumenta o sentimento de tédio. O estudo mostrou que o aborrecimento nasce quando há uma lacuna entre quão engajados nós estamos com algo, e quão engajados gostaríamos de estar. É uma questão de atenção. Quando um vídeo não sacia a vontade, o usuário passa para o próximo, e para o próximo… aumentando o tédio ao invés de saná-lo.

Esses resultados, publicados no Journal of Experimental Psychology: General, estão de acordo com outros estudos recentes sobre o tema, que mostram que a vontade de parar com o tédio é um dos sentimentos que motiva as pessoas a mexer nas redes sociais, mas elas só intensificam a sensação de apatia e desinteresse.

Como funcionou o estudo?

O estudo contou com mais de 1.200 participantes, divididos entre sete experimentos diferentes. 140 pessoas demonstraram cientificamente algo aparentemente óbvio: há uma tendência para trocar mais de vídeos se o conteúdo é considerado chato.

A etapa seguinte da pesquisa consistiu em um questionário online respondido por 231 pessoas. O consenso encontrado entre elas foi que ter a opção de passar para a frente ou para trás num vídeo, ou passar para um próximo, deixa o ato de assistir menos entediante. O que os cientistas demonstraram depois foi o oposto.

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Analisando de perto 166 estudantes universitários voluntários, os pesquisadores perceberam que eles ficavam mais entediados quando conseguiam passar um vídeo do que quando não conseguiam. 

Outros 159 estudantes receberam uma coleção de vídeos de cinco minutos entre os quais eles poderiam ficar trocando e um vídeo de dez minutos. Os mais entediados foram os que tinham mais escolha para ficar trocando.

Quando os voluntários podiam escolher os vídeos que queriam no YouTube, o efeito diminuía, mas os resultados continuavam apontando para mais tédio quando os vídeos podiam ser pulados e passados.

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Os resultados talvez não sejam representativos de toda a população. Os efeitos são aparentes em jovens de idade universitária, mas quando repetiram o experimento com adultos de idades diferentes, de 21 a 76 anos (idade média de 40), não houve diferença de tédio entre alguns vídeos de cinco minutos que poderiam ser pulados e um único vídeo de dez minutos.

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