Gel ajuda cães que têm medo de fogos de artifício
Com a ajuda do medicamento, ministrado pela boca, 72% dos animais tremeram e latiram menos, e não fizeram xixi fora do lugar

Se você tem um doguinho em casa, certamente já comprovou que ele gosta bem menos da virada do ano que a maioria dos humanos. E o motivo disso é um só: os fogos de artifício. Por terem um ouvido muito mais sensível, os fogos acabam sendo algo pior e difícil de aguentar para os cães. Além da maior acuidade auditiva, eles também costumam associar o excesso de som a uma ameaça.
Mas esse sofrimento pode estar com os dias contados. Cientistas finlandeses selecionaram 182 cães com histórico de medo associado a barulho e aguardaram a chegada do Réveillon. Nesse dia, aplicaram na boca de uma parcela dos animais um gel à base de um composto chamado dexmedetomidina. O restante recebeu um produto placebo – sem substância ativa.
64 dos 89 animais que fizeram o tratamento de verdade sofreram menos durante os fogos. Eles tremeram e latiram menos, e não fizeram xixi fora do lugar. A substância, na dose ministrada, não é capaz de sedá-los, e serve só para acalmar. Apenas 34 dos 93 cachorros do grupo do placebo alcançaram o mesmo resultado. As descobertas foram publicadas no periódico VetRecord. “A vantagem de usar um gel é a facilidade de aplicar”, avalia o veterinário Cesar Dinola, da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo.
Enquanto o gel não sai do laboratório, o veterinário Mário Marcondes, do Hospital Sena Madureira, na capital paulista, dá dicas de como aliviar a ansiedade do animal diante de barulhos.
Ambiente preparado
Escolha o local menos tumultuado da casa e coloque lá os pertences preferidos do bicho. Retire tudo aquilo que, se quebrar, possa feri-lo.
Tapa-ouvido
Peça para o veterinário indicar um algodão especial para a proteção dos ouvidos. Assim, os ruídos podem ser aplacados, reduzindo o sofrimento.
Camomila nele!
Existem géis à base de plantas, como a camomila, que ajudam a acalmar os ânimos e trazer relaxamento. Mas vale consultar o veterinário.
Divã canino
Para humanos, não adianta tomar remédio psiquiátrico sem fazer terapia. No caso dos cães, também é uma boa visitar um especialista em comportamento animal.
Conteúdo publicado originalmente em Saúde.