Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Mamíferos se tornaram diurnos após extinção dos dinossauros

Nossos primeiros ancestrais mamíferos viviam essencialmente à noite. Tudo começou a mudar há 65 milhões de anos, com o sumiço em massa dos grandes répteis

Por Guilherme Eler
7 nov 2017, 15h13

Estima-se que o primeiro rascunho de mamífero tenha estreado na Terra há cerca de 200 milhões de anos. Diferente do que vale hoje, porém, a vida desses bichos pioneiros era exclusivamente noturna: madrugar para aproveitar o sol da manhã e ir dormir com as galinhas (ou melhor, com os velociraptors) foi, por muito tempo, luxo quase que exclusivo dos dinossauros. Como os grandalhões perambulavam pela Terra de dia, as outras espécies mais na base da cadeia alimentar preferiam levar suas vidas no turno oposto. Tudo para evitar o desprazer de encontrarem os maiores predadores da época em uma de suas andanças e virarem lanchinho da tarde deles.

O que um estudo recente, publicado no Nature Ecology & Evolution, descobriu é que essa preferência pela noite foi alterada no momento em que os dinos sumiram do mapa. Tudo começou a mudar há 65 milhões de anos, com a extinção em massa do período Cretáceo que levou embora os T-Rex e sua trupe.

Para chegar nessa relação, pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, e da University College London, da Inglaterra, analisaram 2.415 espécies atuais de mamíferos. A lista compreendia exemplares diurnos e noturnos, e buscava mapear as ligações entre variedades existentes e seu nível de parentesco com os ancestrais. Para estimar uma árvore genealógica para os bichos já extintos, os cientistas usaram algoritmos de computador.

Apesar de existirem diferentes linhas que explicam o surgimento dos mamíferos, os cientistas se concentraram em duas árvores genealógicas considerando dois caminhos evolutivos distintos. Ambos os resultados apontaram para um mesmo hábito: os ancestrais que deram origem aos primatas mais desenvolvidos tinham hábitos essencialmente noturnos.

Os pesquisadores defendem que isso pode explicar por que os símios são os únicos a contar com certas facilidades para enxergar de dia — como a fóvea, por exemplo, estrutura presente na retina desses animais que concentra células especialistas em captar luz solar. Além da maioria atual dos mamíferos permanecer noturna (60%, segundo o estudo), a maior parte dos que migraram não desenvolveram características para o novo hábito. Variedades como esquilos, antílopes e outros carnívoros mantêm habilidades úteis à escuridão da noite, como um faro apurado e uma audição bem desenvolvida.

“Nenhum outro mamífero, exceto os macacos e os grandes primatas, tem mais de dois tipos de cones — estruturas sensíveis à comprimentos de luz curtos e longos — em sua retina. Sua visão pode ser comparada à de um humano com dificuldade em enxergar as cores verde e vermelha”, explicou Roi Maor, um dos líderes do estudo, ao site Seeker.

Maor acredita que a primeira espécie a aproveitar a oportunidade e começar a dar seu rolês durante o dia tenha sido um ancestral do macaco —há pelo menos 52 milhões de anos. Naquela época, porém, os exemplares de mamíferos tinham tamanho mais parecido com o de ratos — se alimentavam de insetos e tinham hábitos noturnos

A extinção dos dinossauros permitiu que os mamíferos começassem essa transição e se consolidassem de vez no meio terrestre, graças à menor competição, ao aumento na disponibilidade de alimento e melhora na relação com predadores. O resto da história, você já conhece. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.