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Mexilhões ‘andam’ na corda bamba com aquecimento global

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Atualizado em 11 mar 2024, 11h07 - Publicado em 18 jul 2016, 20h55

Molusco aquático muito apreciado na culinária, os mexilhões “andam” em corda bamba nas águas cada vez mais ácidas de um mundo em aquecimento.

Cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriram que a acidificação dos oceanos causada pelas emissões de carbono afeta a capacidade dos mexilhões se prenderem a rochas e outros substratos sólidos, o que faz com que eles se tornem alvos fáceis para os predadores, além de ameaçar a indústria de criação da iguaria.

Os mexilhões se fixam em superfícies sólidas, como rochas e pedaços de madeira, para conseguir filtrar a água do mar e se alimentar de plânctons, organismos com menos de um centésimo de milímetro.

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Eles geralmente vivem em zonas de maré, onde as fortes ondas e correntes ajudam a protegê-los de predadores como caranguejos, peixes e estrelas do mar. Mas se um mexilhão não consegue se fixar e “despenca” no fundo mar, ele é prontamente consumido.

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“Uma forte fixação é, literalmente, a tábua de salvação de um mexilhão” diz o professor Emily Carrington, um dos pesquisadores.

Segundo a pesquisa da Universidade de Washignton, a variação do pH nas águas, em consequência das emissões crescentes de CO2, afeta especificamente a placa adesiva que liga o mexilhão à superfície subjacente.

Os estudos laboratoriais iniciais mostraram que mexilhões fazem uma fixação mais fraca quando o pH da água do mar cai abaixo de 7.6, sendo que o parâmetro considerado seguro é de 8.0.

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Os invertebrados, assim como os peixes, são especialmente sensíveis a mudanças rápidas de pH, por isso, mesmo uma variação de 0.4 pode ser perigosa, como mostra o estudo.

Esses resultados também podem ter implicações graves para a aquicultura. Em fazendas de mexilhões, os moluscos juntam-se a cordas suspensas na água por um período de 6 a 12 meses, enquanto crescem até atingir o tamanho de mercado.

Atualmente, pelos cálculos dos pesquisadores, os “laços” fracos podem levar até 20% da safra a cair e se perder no fundo do mar. Um processo que deve se intensificar, já que as emissões não dão sinal de trégua e o termômetro global continua subindo.

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