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Mineração para a “revolução verde” coloca a população de grandes primatas em risco

Pesquisa feita em 17 países africanos mostra que atividade para extração de minérios pode afetar cerca de 180 mil primatas, entre chimpanzés, gorilas e bonobos.

Por Caio César Pereira
8 abr 2024, 18h01
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  • A mineração de cobre, lítio, níquel e cobalto nas terras raras africanas pode estar colocando em risco a vida das populações primatas da região. O estudo, realizado por uma equipe internacional de pesquisadores, e publicado no jornal científico Science Advances, revelou que a vida de pelo menos 180 mil primatas, entre chimpanzés, gorilas e bonobos pode estar ameaçada.

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    Esses metais são fundamentais para a indústria tecnológica atual, sendo utilizados em quase todos os aspectos de nossa vida moderna. Desde telas de computadores e celulares, esses elementos estão presentes também na chamada revolução verde. 

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    Tendo surgido por volta da década de 1960, a revolução verde tinha como objetivo desenvolver novas tecnologias para o aumento da produção global na agricultura. Dentro desses elementos, estão a eficácia na produção agrícola, com máquinas, sementes transgênicas e a criação de novos fertilizantes.

    Hoje, o termo revolução verde também pode ser aplicado para a produção de novas tecnologias para a energia limpa, como carros elétricos, turbinas eólicas, hidrelétricas etc. Para o seu funcionamento, essas tecnologias demandam dos elementos minerais coletados nas terras raras africanas. 

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    “Tem havido um aumento na mineração na África para satisfazer a demanda de países mais industrializados e ligados à ‘revolução verde’. Isso requer uma quantidade significativa de minerais críticos para construir carros elétricos, turbinas eólicas, etc.”, diz à PopSci, Genevieve Campbell, coautora do estudo e primatologista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

    O principal problema é que a localização desses minerais coincide com o habitat dos macacos. Países como Libéria, Serra Leoa, Mali e Guiné foram as regiões onde se encontraram as maiores sobreposições de alta densidade de primatas e áreas de mineração. 

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    Na Guiné, por exemplo, cerca de 80% da população de chimpanzés do país (cerca de 23 mil), podem sofrer algum tipo de impacto direto ou indireto em razão das atividades de mineração. 

     

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    Para Jessi Junker, bióloga de conservação da IUCN, e coautora do estudo, como as áreas de habitat desses animais são sensíveis e pouco protegidas, o resultado mostrado na pesquisa não é exatamente uma surpresa.

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    “Eu esperava que a sobreposição espacial entre projetos de mineração e habitat dos primatas fosse grande e suspeitava que estimativas anteriores tivessem subestimado o impacto potencial das atividades relacionadas à mineração nos grandes primatas”, comenta à PopSci.

    Durante a pesquisa, os pesquisadores utilizaram dados dos locais de mineração, tanto operacionais quanto pré-operacionais em 17 países africanos. Eles também definiram algumas zonas especiais para analisar como a destruição do habitat, e a poluição sonora e luminosa eram ocasionadas pelo processo de mineração.

    Além das consequências diretas causadas, a mineração também aumentava propiciava um aumento dos impactos indiretos. Isso porque, a criação de novas estradas e infraestrutura em áreas remotas aumentava a presença humana na região, que poderia intensificar a caça e a transmissão de doenças.

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