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Mutação genética faz com que algumas pessoas não sintam o cheiro de peixe

Indivíduos com a mutação descreveram o cheiro de peixe como “doce” ou "floral" em pesquisa realizada na Islândia

Por Maria Clara Rossini
30 out 2020, 19h44

Uma mutação no gene TAAR5 é responsável por um poder que muitas pessoas gostariam de ter: não sentir o forte cheiro de peixe. É o que diz uma pesquisa realizada na Islândia pela deCODE, empresa biofarmacêutica que é referência em estudos genéticos.

A mutação está presente em 2% dos islandeses, mas acredita-se que ela seja ainda mais rara em outros países. Para chegar ao resultado, mais de 11 mil pessoas participaram do teste. Os pesquisadores pediram aos voluntários que cheirassem versões sintéticas de seis odores diferentes, mas sem que eles soubessem do que se tratavam. Os cheiros eram de canela, hortelã, banana, alcaçuz, limão e peixe. 

Depois, os voluntários precisavam identificar cada odor, avaliar sua intensidade e se ele era agradável ou não. Quanto mais velho era o voluntário, mais difícil era acertar, e menor era a intensidade do odor. Mesmo assim, a maioria dos participantes acertou ou pelo menos ficou próximo do cheiro apresentado. Algumas pessoas mais jovens descreveram a banana e limão como bala de goma, mas até aí tudo bem.

A surpresa foi quando uma minoria de pessoas não sentiu o cheiro de peixe ou o identificou como caramelo, rosas, ketchup e até batata. Enquanto a maior parte dos participantes apontou o peixe como um odor forte e desagradável, esse seleto grupo de pessoas não pareceu se importar.

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Tudo porque eles nasceram com mutação que inativa o gene TAAR5. Ele é responsável por fabricar uma proteína que identifica a trimetilamina, ou TMA. A molécula é característica do cheiro de comida podre e peixe em decomposição. Com esse gene inativado, o indivíduo não produz a proteína e não identifica a TMA.

A pesquisa só foi possível porque a deCODE já havia sequenciado o genoma de todos esses participantes, podendo compará-los. A empresa atua no sequenciamento genético desde 1996 e é uma das maiores no ramo. Ela já identificou fatores de risco genéticos para uma série de doenças, incluindo câncer e doenças cardiovasculares.

A mutação pode ser uma vantagem para quem trabalha em uma feira ou peixaria, mas provavelmente não seria uma boa no jogo da evolução. A repulsa a cheiros fortes, como o de peixe, evitou que nossos antepassados comessem alimentos estragados. Aqueles que não sentiam esse nojo poderiam adoecer e acabar morrendo – daí a natureza fez o papel de selecionar os mais adaptados. Da próxima vez que sentir vontade de vomitar ao sentir o cheiro de peixe, agradeça aos genes que nos mantiveram vivos.

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