Na Islândia, há um museu com 280 pênis de 96 espécies
O maior deles tem 1,70 m, pesa 70 kg e saiu de uma baleia cachalote.
No livro Ragtime, lançado em 1975, há uma cena em que o banqueiro podre de rico John Morgan diz ao fabricante de automóveis (mais rico ainda) Henry Ford: “Já lhe ocorreu que sua linha de montagem não é meramente um golpe de gênio industrial, mas uma projeção de verdade orgânica? Todos os mamíferos se reproduzem da mesma maneira e compartilham os mesmos projetos de auto-alimentação, com sistemas digestivos e circulatórios que são reconhecidamente os mesmos.”
Bem, mais ou menos. Quando um biólogo famoso, Stephen Jay Gould, leu e comentou esse trecho do clássico de E.L. Doctorow, ele disse o seguinte: de fato, os corpos dos mamíferos compartilham todos a mesma ideia básica. Mas conforme eles mudam de tamanho, todos os órgãos precisam se adaptar às novas dimensões.
Ele disse todos. Inclusive aquele que fica pendurado entre as pernas. Ou, no caso das baleias, que não fica pendurado. Foi com isso em mente que, em 1997, o professor islandês Sigurður Hjartarson fundou o Museu Falológico Islandês: uma instituição que preserva (e expõe!) os pênis de 56 baleias, 36 focas e leões-marinhos e 115 mamíferos terrestres. Antes que você pergunte: sim, você pode fazer uma visita. Basta ir a Reykjavik, a capital do país-ilha de 348 mil habitantes (veja a fachada e o endereço no Google Street View).
Os destaques são indescritíveis, então não nos daremos esse trabalho: a imagem abaixo fala por mil palavras. Com 70 kg (o peso de um Homo sapiens adulto) e 1,70 m (a altura de um Homo sapiens adulto), o equipamento da baleia cachalote é o maior do acervo. Mas o fundador do museu garantiu aos britânicos do Independent que, na verdade, a peça em exposição não é o órgão inteiro: só a pontinha. “O pênis inteiro pode alcançar 5 m e pesar algo entre 350 kg e 450 kg. Mas é bom lembrar que o animal em si pesa 50 toneladas.”
O teto é pontuado por lustres feitos de couro de saco escrotal de boi, e o acervo também contém o melhor da arte fálica. Os fãs de bagagens subdimensionadas poderão observar os pequeninos órgãos de camundongos e de seres humanos. Pois é, seres humanos. O primeiro pênis da coleção foi doado por Pall Arason em 2011. Infelizmente, porém, a preservação de seu pênis em formaldeído não deu tão certo: o dito cujo encolheu e ficou disforme. Decepcionante.
Hjartarson começou a coleção em 1974, quando era criança. Certo dia lhe deram um chicote para pastorear um grupo de vacas. Quando pegou o objeto, notou que ele havia sido fabricado com um pênis de boi ressecado. Daí em diante, seu acervo, com o perdão do trocadilho, nunca parou de crescer. “Colecionar pênis é como colecionar qualquer outra coisa. Você nunca pode parar, você sempre pode conseguir um novo, um melhor”, afirmou à imprensa. Ele morreu em 2012, e hoje o local é administrado por seu filho, Hjörtur Gísli Sigurðsson.