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Nasa vai revisar possíveis nomes ofensivos de planetas, estrelas e galáxias

“Nebulosa do Esquimó” e “Galáxia dos Gêmeos Siameses”, por exemplo, devem ser os primeiros termos abandonados pelos cientistas.

Por Carolina Fioratti
6 ago 2020, 16h21

Quando astrônomos da Nasa encontram um novo objeto intergalático, eles costumam apelida-lo conforme sua aparência para facilitar a compreensão do público. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a “Nebulosa de Cabeça de Cavalo”, vista pela primeira vez em 1888 pela astrônoma escocesa Williamina Fleming, no Observatório de Harvard. Esses nomes não oficiais acabam sendo mais acessíveis do que aqueles presentes no registro do objeto – a nebulosa citada anteriormente chama, na verdade, Barnard 33. 

O problema é que, com o tempo, diversas denominações dadas no passado aos planetas, nebulosas, estrelas e galáxias já não fazem sentido. Alguns termos podem ser considerados preconceituosos, o que acaba reforçando a discriminação e a desigualdade sistêmica no campo das ciências. Na última quarta-feira (5), a Nasa comunicou que “está examinando seu uso de terminologias não oficiais para objetos cósmicos como parte de seu compromisso com a diversidade, a equidade e a inclusão”.

O primeiro termo a ser abandonado pela agência será “Nebulosa do Esquimó”, que se refere à nebulosa planetária NGC 2392, descoberta em 1787 pelo astrônomo William Herschel. A palavra “esquimó” é vista como um termo colonial com histórico racista: elas se referia aos povos indígenas das regiões árticas como “comedores de carne crua”, denotando barbárie. Muitos documentos oficiais não usam mais a expressão.

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A nebulosa planetária NGC 2392, também conhecida como “Cara de Palhaço”. (Wikipédia/Reprodução)

A nebulosa planetária NGC 2392 foi apelidada de “Nebulosa do Esquimó” devido ao seu formato. A estrutura central, formada por diversas partículas provenientes de uma estrela similar ao Sol, seria como a cabeça de uma pessoa. Enquanto isso, os filamentos que a envolve são comparados a um capuz de parka, comumente usado pelos povos indígenas que habitam o Círculo Polar Ártico. A nebulosa também é conhecida como “Cara de Palhaço”.

Além da NGC 2392, a Nasa informou que também não usará mais o nome “Galáxia dos Gêmeos Siameses” para se referir ao par de galáxias espirais NGC 4567 e NGC 4568, também encontradas por William Herschel anos depois, em 1784.

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O termo é derivado de Chang e Eng Bunker, o primeiro par de gêmeos fisicamente conectados a ficar conhecido mundialmente. Eles nasceram no século 19, em Sião (atual Tailândia), e foram praticamente vendidos pela mãe na adolescência: o “comprador” era um empresário britânico que tratava os irmãos como escravos e os exibia como monstros em um circo, cobrando entradas para quem quisesse vê-los. 

As galáxias NGC 4567 e NGC 4568, também chamadas de “Galáxias Borboletas”. (Wikipédia/Reprodução)

As galáxias NGC 4567 e NGC 4568 foram apelidadas como “Galáxia dos Gêmeos Siameses” por serem quase idênticas em estrutura e forma e parecerem estar conectadas. Pesquisas indicam que elas estão em uma fase inicial do processo de colisão e fusão entre si. Elas também são conhecidas como “Galáxias Borboletas”.

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A agência espacial trabalhará com especialistas em diversidade, inclusão e equidade nas ciências astronômicas e físicas para avaliar as nomenclaturas e orientar sobre outros termos que necessitem de revisão. Os apelidos considerados impróprios serão abandonados pelos cientistas, sendo usadas no lugar apenas as designações oficiais da União Astronômica Internacional. 

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