Eduardo Azevedo
Este é o mês das biografias. Além da de Darwin (veja matéria acima), acaba de chegar às livrarias uma obra sobre o cientista que revolucionou nossa visão da realidade física ao desvendar os segredos dos movimentos e da atração gravitacional. Isaac Newton (1642-1727) costuma ser visto como um homem profundamente racional, um pioneiro do modo de pensar lógico e científico. Pois, segundo o jornalista Michael White, ele gastou mais tempo trabalhando em tratados de alquimia e ciências ocultas do que com fórmulas de Física. White, que escreveu boas obras sobre as vidas de Stephen Hawking e Charles Darwin, é o autor de Isaac Newton – O Último Feiticeiro (Record), uma biografia polêmica, que mostra o genial físico como um ser anti-social envolvido com magia negra, bem ao contrário do homem perfeito e racional dos livros de história da ciência. Ele aponta um Newton brilhante, sim, mas também vingativo e obcecado pelo poder – que o diga o alemão Gottfried Leibniz, que teve a má sorte de se envolver numa briga com o físico e, por isso, foi perseguido por ele até a morte. No final do livro, fica o retrato de um homem às vezes crápula, às vezes herói, mas sempre mais interessante do que o simples (e inanimado) dono das fórmulas escolares.