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O que é ser verde?

Houve um tempo em que o homem não lia revistas, não andava de carro e não ameaçava a natureza.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 14 dez 2007, 22h00

Sérgio Gwercman, redator-chefe

Sejamos honestos: se alguém olhar para todo o processo de feitura da Super, encontrará coisas que não são exatamente ecologicamente corretas. Dá para reclamar do plástico que embala os exemplares entregues aos assinantes. Ou dizer que nosso papel não é reciclado (apesar de muitos especialistas dizerem que o papel de reflorestamento, que utilizamos, é mais ecológico). Pode-se protestar contra a existência das revistas – um monte de papel desnecessário! Vai saber se não é mesmo. Houve um tempo em que o homem não lia revistas, não andava de carro e não ameaçava a natureza. Tem gente que acredita que esse é o melhor caminho. Mas, depois de tudo que lemos, ouvimos e apuramos nos últimos meses, eu me convenci de que o maior desafio do movimento ecológico hoje não é somente estimular as pessoas a abandonar as revistas, ou então concordar em recebê-las amassadas por não terem sido embaladas. A verdadeira revolução verde está em encontrar tecnologias que nos permitam produzir sem agredir o ambiente.

Há outra questão importante em jogo: a maior contribuição à ecologia que um veículo jornalístico pode dar é estimular o debate, fazer circular idéias, ajudar na conscientização. É nesse campo que temos bola para realmente fazer a diferença. E é por isso que decidimos fazer desta uma edição histórica, em que pela primeira vez a Super trocou sua tradicional moldura vermelha pelo verde que você viu na capa. É para fazer barulho mesmo. Queremos que mais gente leia a Super. Queremos ampliar o número de pessoas atingidas por esta mensagem.

E por que escolhemos fazer isso agora? Por acreditarmos que estamos em um momento decisivo. Temos de escolher como vamos nos organizar – e que planeta entregaremos para a próxima geração. Ou esgotamos a capacidade de renovação ambiental ou construímos uma sociedade genuinamente sustentável. São termos meio chatos, eu sei, esses “esgotamento da capacidade” e “construção sustentável”. Mas estamos quase em janeiro. E logo você vai começar a ler sobre praias impróprias para banho, cidades turísticas que não conseguem recolher seu lixo, consumo excessivo de energia por causa do ar-condicionado. Quando se deparar com notícias assim, pode lembrar: é desse tipo de escolha que estamos falando.

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