Assine SUPER por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Para a ciência, é um mistério que narval sobreviva há 1 milhão de anos

O animal, também conhecido como unicórnio-do-mar, tem pouca variabilidade genética – característica essencial para que uma espécie viva por muito tempo.

Por Luiza Monteiro
9 Maio 2019, 15h20

Unicórnios existem – e estão entre nós há muitos anos. Só que não são pôneis branquinhos com poderes mágicos, estão mais para baleias gigantescas nada dóceis. Estamos falando do narval, ou unicórnio-do-mar, um animal da família da beluga que vive nos arredores do Ártico.

Assim como os unicórnios, os machos contam com um “chifre” na testa – que, na verdade, é um dente com mais de 10 milhões de terminações nervosas e que chega a medir 3 metros. O narval também é grande: seu tamanho varia de 4 a 5 metros de comprimento e seu peso, entre 800 e 1.600 quilos. Ele é esquisito e, para a ciência, um mistério.

Pesquisadores da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, sequenciaram o genoma de narvais que vivem no oeste da Groenlândia. E o que eles viram é que há pouca diversidade genética entre esses animais. “Isso é surpreendente porque uma alta variabilidade genética está associada a maiores chances de sobrevivência da espécie”, comenta Eline Lorenzen, principal autora do estudo. Com pouca variação no DNA, faria mais sentido que os narvais tivessem sido extintos, e não que habitassem o planeta há 1 milhão de anos.

Imagine só: se a gente se reproduzisse apenas entre familiares, seria muito provável que nascessem bebês mais expostos a doenças para as quais o pai e a mãe têm propensão genética; ou então que essas crianças fossem mais suscetíveis a vírus que já infectaram seus pais. E, teoricamente, esse é o caso dos narvais.

Continua após a publicidade

Existem atualmente cerca de 170 mil deles, que vivem nas águas da Groenlândia, do Canadá, da Rússia e da Noruega. A análise genética mostra que, apesar da pouca variação, a população vem crescendo desde a última era do gelo. Exceto em algumas regiões, onde a espécie vem diminuindo por causa da caça.

“O narval sobreviveu a mudanças massivas no ecossistema do Ártico”, observa Lorenzen. Segundo ela, esse estudo abre brecha para questionar se a capacidade de resistir a mudanças climáticas compensaria a baixa variabilidade genética. Ao comparar os unicórnios-do-mar com outros mamíferos que habitam terras geladas – baleia-da-Groenlândia, beluga, leão-marinho e urso polar –, os pesquisadores viram que todos eles apresentam um código genético diversificado. Isso indica, portanto, que o DNA pouco variável seria uma característica dos narvais.

Como eles chegaram até aqui, porém, ainda é uma incógnita. E os cientistas vão seguir investigando. Tomara que a espécie sobreviva a tempo de descobrirmos o que torna esses “unicórnios” seres tão poderosos.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.