Peixe-homem: cabeça feita para sair da água
Ao saltar do mar para a terra, os peixes trocaram as barbatanas por pernas. Mas o crânio também evoluiu.
Que os bichos de terra firme são descendentes dos peixes, todos concordam. De que modo isso aconteceu ainda é um enigma complicado. Basta ver o fóssil do panderictis, descoberto pelo paleontólogo Erik Ahlberg, do Museu de História Natural de Londres. Esse peixe nadou nos mares há cerca de 380 milhões de anos e é o mais parecido, até agora, com os animais terrestres, chamados tetrápodes. “Você vê a semelhança no crânio”, explicou Ahlbert à SUPER. “Ele é mais largo do que o dos peixes, em média, e tem os buracos para os olhos mais juntos um do outro”. O intrigante é que essa transformação ocorreu lentamente, levou 10 ou 20 milhões de anos. Em comparação, houve mudanças bem mais rápidas, como a que fez as barbatanas virarem patas. Elas demoraram cinco vezes menos e apareceram apenas 20 milhões de anos depois, num bicho meio peixe meio jacaré chamado acantostega. Não é fácil entender como as mudanças lentas se ajustaram tão bem às mudanças mais rápidas. A ponto de, no final, levar ao aparecimento de novos organismos.