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Pequeno tubarão consegue andar até 30 metros em terra firme com as barbatanas

O tubarão epaulette também pode passar duas horas sem oxigênio. Assista ao vídeo que registra a locomoção de filhotes da espécie.

Por Luisa Costa
Atualizado em 1 set 2022, 17h08 - Publicado em 1 set 2022, 16h42

O tubarão epaulette (Hemiscyillum ocellatum), com cerca de 90 centímetros de comprimento, pode se arrastar por até 30 metros em terra firme usando suas barbatanas. Os indivíduos dessa espécie também aguentam ficar até duas horas sem oxigênio, sem grandes prejuízos para seu organismo.

Essas habilidades são fundamentais para a sobrevivência desse animal e podem ajudar os cientistas a entender como algumas espécies respondem a condições ambientais desafiadoras – inclusive relacionadas a mudanças climáticas.

É o que dizem pesquisadores da Florida Atlantic University e da James Cook University (Austrália), que publicaram um estudo sobre esse tubarão na revista científica Integrative and Comparative Biology.

Indivíduos dessa espécie vivem em águas rasas da Austrália e da Nova Guiné. Apoiando-se nas barbatanas, eles conseguem se locomover no fundo do mar, passar de uma poça de maré para outra e alcançar a superfície de recifes de corais – às vezes ficando para fora d’água.

Essa mobilidade é uma vantagem e tanto. Os tubarões epaulette podem se esconder em frestas dos recifes para se proteger de predadores aéreos e aquáticos; acessar uma série de lugares para encontrar alimento ou alcançar poças com mais oxigênio, quando necessário.

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A capacidade de “andar” não é novidade para os cientistas. Há pelo menos nove espécies de tubarão que fazem isso. Mas os tubarões epaulette se destacaram pela distância que podem percorrer (mais de 30 vezes seu tamanho) e por sua resistência à falta de oxigênio.

“Os tubarões epaulette vivem em condições extremas”, afirmou Marianne Porter, cientista da FAU e autora principal do estudo, ao Live Science. “Se quisermos aprender o que acontece com animais sob as mudanças climáticas, estudar espécies que já vivem sob condições extremas – e entender como eles lidam com elas – pode ser o primeiro passo.”

Pela primeira vez, os cientistas investigaram a locomoção desses tubarões durante estágios iniciais da vida. Eles esperavam ver diferenças no desempenho de tubarões neonatos e juvenis, por causa das diferenças corporais, mas os resultados sugerem que isso permanece igual.

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Você pode assistir aos filhotes de tubarão epaulette nadando e se arrastando com suas barbatanas no vídeo abaixo, gravado pelos autores do estudo.

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