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Planeta anão Ceres pode ter água sob sua superfície

Artigos publicados na revista "Nature" sugerem que o astro guarda um oceano em seu interior – além de contar com atividades vulcânicas.

Por Carolina Fioratti
12 ago 2020, 18h27

Em um cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter, fica um planeta anão chamado Ceres. Ele foi descoberto em 1801 pelo astrônomo Giuseppe Piazzi, e desde então já foi designado como planeta e asteroide, até chegar a sua classificação atual. O planeta anão não deixa de intrigar cientistas – novos indícios indicam que o corpo celeste pode ter água sob sua superfície e até mesmo vulcões ativos. As novas descobertas foram publicadas no início da semana na revista Nature em uma coleção de sete artigos

A história começa em 2015, quando a sonda Dawn, enviada pela Nasa para estudar o corpo celeste, registrou diversos pontos brilhantes, chamados de fáculas, na cratera de Occator. Após análises, os cientistas concluíram que os brilhos eram, na verdade, carbonato de sódio, um tipo de sal. Mas não estava muito claro como o sal foi parar ali. Na Terra, ele costuma estar associado à fontes termais ou fendas no fundo do oceano. 

Em 2018, a missão Dawn acabou, pois a sonda ficou sem combustível e impossibilitada de se comunicar com a Terra. Porém, seus últimos registros foram valiosos. Em seus momentos finais, a sonda estava a cerca de 35 quilômetros de distância do planeta anão, sendo capaz de registrar as variações de gravidade na região da cratera de Occator. Esses dados, combinados com a modelagem térmica de Ceres, indicavam que no interior do planeta anão poderia existir um reservatório de salmoura (uma solução de água e sais).

Em vermelho, sinais de líquido salgado expelido de reservatório subterrâneo na cratera Occator, no planeta anão Ceres. (NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA/Divulgação)

Essa cratera tem mais ou menos 20 milhões de anos, mas o sal parece estar ali há apenas dois milhões. Ou seja, vulcões de gelo, responsáveis por criar os reservatórios devido a sua atividade geológica, estavam ativos até pouco tempo atrás (em escala astronômica) e podem continuar em atividade. 

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Além disso, os pesquisadores descobriram hidrohalita, uma forma hidratada do cloreto de sódio, no topo de um dos pontos brilhantes de Occatur. Esse mineral raro se desidrata rapidamente, em alguns milharesde anos. Sua presença é mais um indício de que a salmoura continua sob a superfície e de que os vulcões seguem ativos. O planeta anão Plutão e as luas Ganimedes, Calisto, Europa, Titã, Mimas e Enceladus são outros astros que podem ter oceanos escondidos em seus interiores. 

Na Terra, as regiões subaquáticas em que o carbonato de sódio é encontrado estão repletas de seres vivos. São bactérias que, para sobreviver, geram energia a partir de reações químicas, sendo chamadas de quimiossintéticas. Encontrar cenários parecidos fora da Terra reforça a ideia de que pode existir vida em outras partes do sistema solar.

Em outubro de 2019, a Nasa selecionou algumas missões planetárias para serem desenvolvidas em um estudo de conceito. Funciona assim: são feitas as pesquisas com base em trabalhos já publicados, mas não são desenvolvidas atividades práticas. A ideia é criar novas teorias sobre os astros. Ceres foi um dos escolhidos, e os resultados devem ser incluídos na 2023 Planetary Science Decadal Survey, uma publicação do Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA produzida a cada dez anos.

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