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Por que algumas pessoas acham que dá para voltar da morte?

Não há motivo para imaginar que seja possível ver o outro lado e retornar. Seriam essas experiências só um defeito no cérebro?

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h46 - Publicado em 31 Maio 2008, 22h00
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  • Texto Salvador Nogueira

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    Em situações potencialmente fatais, não são poucas as pessoas que, ao sobreviver, relatam experiências aparentemente sobrenaturais durante os momentos em que caminharam na tênue fronteira entre a vida e a morte. Em muitos casos, percebem-se saindo fora do próprio corpo e, em algumas situações, dizem inclusive ter visto uma luz forte, chamando-as para si.

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    O que é isso? Não há dúvida de que esses fenômenos acontecem, mas explicá-los é sempre mais difícil. Durante muito tempo, essas experiências foram interpretadas como evidência incontestável de que existe uma “vida após a morte”. Isso encorajou cientistas a buscar sinais concretos da presença de uma alma que habita o corpo enquanto ele está vivo.

    Nenhum desses experimentos obteve resultados conclusivos. Em compensação, os pesquisadores que apostaram no fato de que as pessoas que experimentaram essas sensações de quase-morte foram enganadas pelo seu próprio cérebro têm colhido excelentes resultados.

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    Hoje, é possível até mesmo afirmar qual a região do cérebro que se responsabiliza por essa sensação. A chamada junção temporo-parietal é a área do córtex cerebral que está ligada à sensação do “eu” – na prática, ela ajuda a pessoa a se localizar no espaço, perceber onde estão as fronteiras de seu corpo e onde ela está se colocando no momento.

    PAU NA MÁQUINA

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    Só que esse sistema às vezes pode dar pau. É o caso de um dos pacientes de Peter Brugger, que trabalha no Hospital da Universidade de Zurique, na Suíça. Vítima de epilepsia, ele experimentava regularmente a sensação de estar fora do corpo, e isso acontecia justamente na ativação de sua junção temporo-parietal, medida por ressonância magnética.

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    Esse mesmo sistema cerebral, quando dá defeito, pode produzir outros fenômenos aparentemente sobrenaturais, como a sensação de que existem almas penadas no ambiente, estranhamente presas à pessoa que consegue vê-las ou senti-las (são os chamados doppelgängers).

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    Foi o que o grupo de Olaf Blanke, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, também na Suíça, percebeu. Blanke estudou uma moça de 22 anos que também sofria de epilepsia. Ao ser estimulada eletricamente em sua junção temporo-parietal, a jovem passou a sentir a existência de “alguém” postado exatamente atrás dela. E, quanto maior o estímulo elétrico, maior a riqueza de detalhes com que a moça “percebia” seu doppelgänger, bem como a aflição ligada a isso.

    Aparentemente, essas mesmas ilusões são disparadas numa situação de quase-morte – produzindo desde a sensação de sair do corpo até a presença de “fantasmas” (muitas vezes na forma de entes queridos), interpretados normalmente como pessoas que estão ali para facilitar a transição para o tal “outro lado”.

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    Se não é muito charmosa do ponto de vista religioso, essa explicação ajuda a mostrar como nosso cérebro ainda é um mistério em aberto, capaz de nos enganar com grande vivacidade de detalhes. E não dá por encerrada a questão. Afinal, saber que o cérebro é capaz de produzir essas ilusões não exclui a possibilidade de que exista algo além. “Eu de fato acredito que as experiência ligadas à ‘alma’ devam ser vistas como simples produtos do nosso cérebro”, diz Brugger. “Mas a verdade é que estamos bem longe de ter explicado todas as coisas.”

    Junção Temporo-parietal

    É a área do córtex cerebral que parece estar ligada à sensação do “eu”, tal como a percepção das fronteiras do próprio corpo.

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    Oito milhões de americanos relataram ter passado por uma experiência de quase-morte em algum momento de sua vida.

    Virando gasparzinho

    Quatro fenômenos comuns nas experiências de quase-morte

    Quentinho

    Como se estivesse de volta ao útero, o paciente parece sentir um calor reconfortante ao seu redor durante a experiência.

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    Peso-pluma

    Uma espécie de “eu astral” da pessoa – uma réplica de seu corpo – consegue ver, de cima, todo o ambiente onde ela está.

    Tudo Zen

    Muitas pessoas relatam uma sensação sobrenatural de calma e paz envolvendo sua mente e corpo nesses momentos.

    Iluminado

    Surge diante do moribundo um túnel de luz que dá a impressão de conduzi-lo para fora do mundo, para um “lugar melhor”.

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