Por que, entre os mamíferos, só a mulher tem seios grandes a vida toda?
As adaptações evolutivas que nos levaram a ter mamas avantajadas durante a maior parte da nossa existência
A cultura do homem sexualizou os seios femininos. Essa visão é discutida e combatida por muitas mulheres atualmente, já que, para elas, os seios podem ser símbolo de força e liberdade. Mas, pare e pense: mais de 5 mil espécies de mamíferos habitam este planeta e só as fêmeas do Homo sapiens têm, em boa parte da vida, seios grande. Você já se perguntou por quê? Qual a vantagem disso? Foi um erro da seleção natural?
Bem, a seleção natural nunca falha. A diferença das mamas humanas para as de outras fêmeas de mamíferos é que as nossas contêm mais gordura, que preenche o tecido mamário e dá forma aos seios. Mais ou menos como o leite faz em animais, só que de forma permanente.
Em todos os outros animais que mamam, as tetas avantajadas são temporárias, crescem apenas quando usadas para sua função primordial: armazenar leite. Uma fêmea grávida precisa guardar o alimento de seu filhote. Mas, logo após o desmame, as mamas murcham novamente.
Nas mulheres, os seios se formam durante a puberdade, não na gravidez. E diversos teóricos já estudaram o porquê disso. A ideia mais aceita foi proposta pela primeira vez pelo próprio Charles Darwin e posteriormente explorada pelo zoólogo Desmond Morris em seu livro O Macaco Nu, de 1967.
Nele, Morris sugere que os seios evoluíram no Homo sapiens como um símbolo sexual para substituir a “extremidade traseira inchada” (a famosa bunda) de outros primatas femininos adultos. Oi? Entenda: uma vez que nossos ancestrais começaram a andar eretos, os órgãos sexuais e o bumbum avantajado não eram mais tão visíveis. E os machos precisavam de uma maneira clara de saber quando uma fêmea já estava sexualmente madura.
Foi aí que as mamas – que já cresceriam na gravidez – evoluíram para se desenvolver antes e viraram o indicativo de que as fêmeas já poderiam cruzar. Essa teoria explica por que os peitos de mulheres incham durante a puberdade. Mas há estudiosos que ainda têm ressalvas: a hipótese não explica o motivo de os seios permanecerem grandes mesmo após a menopausa.
De qualquer forma, no estágio de evolução em que estamos, o homem não precisa mais ver seios para saber se uma mulher é “sexualmente madura” ou não. Mas essa ainda é como nosso corpo se desenvolve. Espera-se que, assim como acontece com a natureza, a sociedade evolua e deixe de ver o peito feminino apenas como símbolo sexual – ele é só mais uma parte de quem somos.