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Primeiros répteis geneticamente modificados nascem com uma “surpresinha”

Os quatro primeiros lagartos geneticamente modificados, para a surpresa dos cientistas, eram albinos

Por Maria Clara Rossini
Atualizado em 5 abr 2019, 18h02 - Publicado em 5 abr 2019, 17h13
(Hannah Schriever/University of Georgia/Reprodução)

A ciência já conseguiu editar o DNA de mamíferos, aves, insetos e diversos animais… Mas os répteis ficavam de fora desse grupo. Até agora. Lagartos criados por pesquisadores da Universidade de Georgia tiveram a honra de serem os primeiros répteis a nascerem com seus genes alterados artificialmente.

Para fazer isso, os cientistas fizeram uso do CRISPR, uma ferramenta de edição genética muito utilizada em pesquisas e que obteve grande êxito com outros animais.

É sempre complicado editar um ser vivo antes dele nascer – mas essa é a época em que essa intervenção é mais efetiva. Afinal, quanto menos células um serzinho tem, maiores as garantias de que a mutação seja uniforme e efetiva em todo o corpo.

A dificuldade de editar o material de répteis era definir qual era a janela ideal para intervir. As tentativas de editar embriões já fertilizados tinham taxas baixas de sucesso. 

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A alternativa, então, foi tentar alterar, primeiro, os óvulos das mães desses bichinhos. Mas esse também não é um processo fácil. Os óvulos são extremamente frágeis e permanecem muito tempo nos ovidutos das fêmeas, tornando difícil acertar a hora exata de realizar cada processo. Foram necessários dois anos de pesquisa para que se descobrisse a maneira e o momento certos de acessar o sistema reprodutivo da fêmea e fazer a alteração dos genes antes mesmo da fertilização.

E o resultado, logo de primeira, foram filhotes albinos… O que não era, exatamente, o objetivo da pesquisa. Vamos aos motivos.

O gene para o albinismo é recessivo. Ou seja, era necessário que tanto a mãe quanto o pai possuíssem o gene para que o filho desenvolvesse a condição. Os pais podem não ser albinos, mas é necessário que o gene esteja presente no DNA deles. Isso funciona tanto para humanos quanto para lagartos.

Assim, se um filho nasce albino, significa que o pai possui o gene, certo? Não para esses quatro lagartinhos.

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Os cientistas fizeram mutações nos óvulos das mães enquanto ainda estavam crescendo dentro delas. Eles alteraram o gene da pigmentação para que, depois de muitas gerações de descendentes e meses de estudo, nascesse um lagarto albino.

Quando ficaram satisfeitos com seus óvulos mutados, os cientistas promoveram o primeiro cruzamento entre essa mãe de óvulos mutantes e um lagarto normal. Resultado? Aqueles descendentes albinos, esperados para muitas gerações à frente, apareceram logo de primeira. Os quatro lagartinhos, de primeira, nasceram quase transparentes. Qual seria a explicação para isso?

É possível que o gene do óvulo alterado tenha “danificado” o gene paterno após a fertilização – mas os cientistas ressaltam que ainda são necessárias mais pesquisas para confirmar (ou negar) essa hipótese.

A tentativa e êxito da mutação em óvulos é um grande avanço para o estudo da evolução genética dos répteis. Ainda assim, tem muito chão pela frente para entender o que aconteceu com esses lagartinhos que mal começaram a caminhar.

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