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Qual a diferença entre um ateu e um agnóstico?

Ateu é quem não acredita em Deus e nega sua existência. Já o agnóstico diz que é impossível afirmar com certeza se Deus existe ou não.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 19 jun 2023, 18h11 - Publicado em 8 set 2015, 17h49
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  • Vamos primeiro com a definição para quem está “sem tempo, irmão”: ateu é quem não acredita em Deus e nega sua existência. Já o agnóstico afirma que é impossível afirmar com certeza se Deus existe ou não. Entre os ateus famosos estão o filósofo Friedrich Nietzsche e, entre os agnósticos, o ator Charles Chaplin.

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    Agora, em mais detalhes:

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    O que é um agnóstico

    O biólogo evolutivo Thomas Huxley – sim, ele é parente do escritor britânico Aldous Huxley – inventou a palavra “agnóstico” em 1884. Ela significa “desconhecido” em grego.

    Em suas palavras, o objetivo era “denotar pessoas que, como eu, confessam ser irremediavelmente ignorantes no que diz respeito a uma variedade de assuntos – assuntos sobre os quais os teólogos e metafísicos, ortodoxos e heterodoxos, dogmatizam com a máxima confiança.”

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    Essa ideia ecoa até hoje graças ao trabalho do filósofo da ciência Karl Popper. Ele afirmava que uma hipótese científica sobre o funcionamento do mundo jamais pode ser comprovada satisfatoriamente. A única esperança de um cientista é realizar um grande número de experimentos e verificar que todos reforçam a hipótese em vez de contradizê-la. Se um único experimento der errado, é porque a hipótese é errada. Mas não existe nenhum experimento capaz de provar definitivamente que a hipótese está certa.

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    Nesse argumento, a hipótese da existência de Deus não pode ser falseada experimentalmente, portanto, não pertence à ciência. É algo exterior à ela, impossível de se provar ou refutar.

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    Entre os agnósticos, há os ateístas (que acreditam não ser possível provar a existência de Deus nem acreditam nele) e os teístas (que acreditam não ser possível provar a existência de Deus, mas preferem apostar que ele existe).

    Foto do biólogo britânico Richard Dawkins, um famoso ateu.
    O biólogo britânico Richard Dawkins, um famoso ateu. (Acervo Superinteressante/Superinteressante)

    O que é um ateu?

    O ateu não admite essa possibilidade de que deuses existam. Ateus lançam mão de outros argumentos para afirmar sua posição, ainda que admitam que a prova definitiva está além do alcance do método científico na acepção de Popper.

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    Um argumento bastante simples é o da regressão infinita, expressado com elegância por David Hume. Ele parte da ideia de Aristóteles de que todas as coisas são causadas por outras coisas que vieram antes.

    Por exemplo, o acidente de carro ocorreu porque o motorista bebeu. O motorista bebeu porque foi traído pela mulher. A mulher traiu porque o vizinho gostava dos mesmos filmes que ela e eles começaram a conversar. O vizinho gostava de filmes porque… e por aí vai, até chegarmos, naturalmente, à causa final de todas as coisas: Deus, que deu start no cosmos e permitiu que a Terra existisse.

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    O problema é que Deus por si só é uma entidade bem complexa, portanto, para assumir sua existência, é preciso continuar a regressão para estados mais simples. E aí os religiosos quebram as pernas: se tudo caminha de um estado mais simples para um mais complexo (e Deus é tão complexo), então de onde ele veio?

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    Deus pode até explicar a existência do mundo, mas então, se torna necessário explicar a existência de Deus. E isso é ainda mais difícil.

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