Smartphones podem causar depressão em adolescentes
De acordo com um estudo, a razão disso não é, necessariamente, isolamento social — e sim a privação de sono causado pelas horas que você passa no Instagram
O hábito de conferir o celular antes de dormir e logo depois de acordar é comum, principalmente entre os mais jovens. Nunca passamos tanto tempo encarando telas — e pesquisadores do mundo todo estão determinados a entender quais são os efeitos disso no nosso cérebro. Nesta semana, profissionais da Universidade Stony Brook, nos EUA, apresentaram um estudo na conferência das Associated Professional Sleep Societies em que relataram uma relação entre o uso da tecnologia e a depressão entre adolescentes.
Aproximadamente três mil pessoas com cerca de 15 anos foram ouvidas entre 2014 e 2017. O levantamento questionou quanto tempo eles passavam em quatro tipos de atividades envolvendo telas: assistindo TV, jogando videogame, conferindo redes sociais e usando a internet em qualquer meio. Em seguida, foi perguntado se eles haviam apresentado algum sintoma de depressão.
Não deu outra. Jovens que passam mais tempo em frente a telas de qualquer tipo são mais propensos a exibirem sintomas depressivos. A diferença deste estudo para outros semelhantes é que ele parece ter encontrado um culpado inesperado: além do isolamento social, o sono comprometido também poderia levar à depressão.
Adolescentes que usam smartphones e computadores compulsoriamente estão mais sujeitos à insônia ou a dormir mal. A luz e os estímulos cerebrais antes de deitar bagunçam o relógio biológico e impedem um sono restaurador. E não é de hoje que nós sabemos que esse é o ambiente ideal para o surgimento da depressão.
Ainda não foi realizado um estudo semelhante para saber se o resultado se repete entre os adultos. Mas já ficou claro que é preciso educar os mais jovens a usarem smartphones de maneira responsável — e evitar o uso excessivo.