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Terapia voltada a bebês reduz chance de diagnóstico de autismo, sugere estudo

Tratamento pode reduzir sintomas do Transtorno do Espectro do Autismo em crianças. Estudos futuros poderão indicar se o tratamento atrasa o diagnóstico ou impede o desenvolvimento do transtorno.

Por Luisa Costa
21 set 2021, 17h46

Um novo estudo mostrou, pela primeira vez, que uma intervenção preventiva para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) pode reduzir comportamentos relacionados ao transtorno e a probabilidade de crianças serem diagnosticadas com TEA antes de atingirem a idade escolar.

A equipe internacional de cientistas realizou um tratamento especial com bebês que apresentavam sinais precoces de autismo em seu primeiro ano de vida (quando o transtorno ainda era apenas uma suspeita). O tratamento consistiu em sessões de terapia específicas acompanhadas pelos cuidados de rotina normalmente oferecidos a crianças com TEA.

O autismo é um espectro, ou seja, se manifesta de várias formas e em vários graus de intensidade. Quem tem TEA apresenta algum grau de comprometimento no comportamento social, na comunicação ou na linguagem. Estima-se que existam cerca de dois milhões de indivíduos com TEA no Brasil. O autismo não tem cura, e a intervenção durante a primeira infância é importante para promover o desenvolvimento e bem-estar das pessoas com o transtorno. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os sintomas são aparentes durante os primeiros cinco anos de vida, e há intervenções psicossociais que podem ajudar crianças com TEA e suas famílias após o diagnóstico do transtorno – como tratamentos comportamentais e programas de treinamento de habilidades.

O novo estudo analisou 103 bebês com idades entre nove e catorze meses que apresentavam sinais precoces de autismo. Metade das crianças recebeu cuidados habituais, enquanto a outra metade recebeu também cerca de dez sessões de terapia ao longo de cinco meses.

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Nas sessões de terapia, os pais das crianças eram filmados brincando com elas. Em seguida, um terapeuta revisava o vídeo com os pais e os ajudava a entender as diferentes maneiras pelas quais seu filho estava tentando se comunicar – indicando como eles poderiam desenvolver melhor as habilidades de comunicação social do bebê.

Os bebês foram avaliados no início do estudo e, depois, aos 18, 24 e 36 meses.

Comparando as crianças que receberam e não receberam a nova terapia, os pesquisadores perceberam que o tratamento pareceu reduzir a gravidade de sintomas de TEA, melhorando as interações sociais das crianças, por exemplo. Também diminuiu em um terço as chances de um diagnóstico do transtorno ao fim do acompanhamento.

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“O impacto clínico possivelmente imediato é realmente espantoso”, disse Andrew Whitehouse, autor principal do estudo, ao jornal The Guardian. Segundo ele, até então nenhuma terapia mostrou tais efeitos nos diagnósticos de TEA. “Por isso, a terapia tem um potencial muito real de mudar a forma como damos suporte às crianças em desenvolvimento diferente”. 

Acompanhamentos futuros são necessários para verificar se a terapia proposta pelos pesquisadores apenas atrasa o diagnóstico ou impede o desenvolvimento do transtorno em algumas crianças.

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